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Construtoras mostram recuperação com retomada de lançamentos

Segundo números de sete empresas que integram o setor na Bovespa, as vendas contratadas de janeiro a março foram 38 % maiores em relação a um ano antes


	Em pesquisa recente, a empresa de consultoria imobiliária Lopes apontou que os lançamentos no Brasil podem aumentar cerca de 7 % neste ano, após queda de cerca de também 7 % em 2012
 (Germano Lüders/EXAME)

Em pesquisa recente, a empresa de consultoria imobiliária Lopes apontou que os lançamentos no Brasil podem aumentar cerca de 7 % neste ano, após queda de cerca de também 7 % em 2012 (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2013 às 18h27.

São Paulo - Dados preliminares do primeiro trimestre mostram que as construtoras e incorporadoras podem ter deixado para trás o pior momento da readequação de suas operações para retomar o ritmo de lançamentos, após forte desaceleração no ano passado, em meio à economia fraca e a problemas com obtenção de licenças.

Segundo números operacionais de sete empresas que integram o setor na Bovespa, as vendas contratadas de janeiro a março foram 38 % maiores em relação a um ano antes.

Já os lançamentos, responsáveis por boa parte do declínio sofrido pelo setor em 2012, superaram o volume de vendas, com aumento anual de 48,6 %.

"O período ainda é de recuperação para as construtoras e, naturalmente, os lançamentos devem ser beneficiados", disse o analista Wesley Bernabé, do BB Investimentos.

No ano passado, o ritmo de lançamentos foi prejudicado pela demora na aprovação de novos empreendimentos por parte das prefeituras e também pela atividade econômica mais fraca no país. Isso exigiu que as companhias tivessem que reduzir o ritmo de lançamentos e de vendas. Muitas adiaram para o início deste ano lançamentos programados para o fim de 2012.

Em pesquisa recente, a empresa de consultoria imobiliária Lopes apontou que os lançamentos no Brasil podem aumentar cerca de 7 % neste ano, após queda de cerca de também 7 % no ano passado.

"A expectativa é de que as empresas mais expostas ao mercado de São Paulo tenham maior potencial para lançamentos em função dos atrasos no ano passado", disse Bernabé, citando os casos de Cyrela Brazil Realty e Tecnisa, esta última favorecida por um lançamento de grandes proporções no primeiro trimestre-- o Jardim das Perdizes, em São Paulo.

Além da freada nos lançamentos, uma série de revisões de custos e orçamentos pesou sobre o desempenho do setor, após o crescimento acelerado em 2010, quando as empresas partiram para novas regiões e ingressaram em segmentos em que não atuavam, além de apelarem para a terceirização de obras.


Após realizarem diversos ajustes nos últimos trimestres, essas companhias começam a colher agora os frutos de uma readequação de suas operações.

A Cyrela, primeira das principais representantes do setor a divulgar uma revisão de custos no final de 2010, tem sido apontada como a mais propensa a uma recuperação mais efetiva.

Na avaliação do analista Guilherme Rocha, do Credit Suisse, "a Cyrela é provavelmente a única companhia do setor realmente preparada para retomar o crescimento em 2013." "A Cyrela tem feito um bom trabalho em melhorar os resultados desde a revisão de orçamento no final de 2010. A empresa está finalmente se aproximando do fim dessa recuperação", acrescentou.

Recuperação será lenta

Embora o cenário pareça menos pessimista para as companhias, representantes do setor esperam que o retorno da lucratividade e a retomada da confiança do mercado aconteça de forma gradativa.

"Ao longo de 2013 e também em 2014, as empresas ainda estarão corrigindo erros do passado, mas está aparente que isso já começou a acontecer", disse o professor titular do núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da USP, João da Rocha Lima Jr., que não prevê mais estouros de custos ou grandes prejuízos.

"Neste trimestre e no próximo ainda haverá projetos problemáticos em desenvolvimento e que continuam a pesar sobre as empresas", assinalou.

Dentre os demais riscos aos quais o setor está exposto, a equipe do BTG Pactual aponta "o alto nível de sensibilidade às condições macroeconômicas do país, principalmente taxas de juros e financiamento imobiliário, mudanças no ambiente regulatório e gestão de um longo ciclo de capital de giro".

Em um sinal de que adotaram uma postura mais cautelosa, a maioria das companhias optou por não traçar estimativas para vendas e lançamentos neste ano. Outras, como PDG Realty e Rossi Residencial, não têm divulgado dados trimestrais preliminares.

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