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Construtoras brecam o ritmo no trimestre, mas garantem que não há problemas

Retração apresentada pela Helbor, Gafisa e Tecnisa era mais do que esperada pelo mercado

Gafisa: construtora está adotando uma postura mais conservadora nesse momento, priorizando os lançamentos nos segmentos de maiores margens (CLAUDIO ROSSI)

Gafisa: construtora está adotando uma postura mais conservadora nesse momento, priorizando os lançamentos nos segmentos de maiores margens (CLAUDIO ROSSI)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 31 de janeiro de 2012 às 09h35.

São Paulo – O ano de 2010 foi excepcional para o setor imobiliário brasileiro, mas o feito não deve se repetir neste ano e algumas incorporadoras já começam a dar sinais claros de desaceleração. Na prévia dos resultados do terceiro trimestre, três delas - Helbor, Gafisa e Tecnisa - reduziram o ritmo de lançamento e as vendas na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior.

Segundo especialistas do setor, consultados por EXAME.com, a situação não é alarmante e já era até mesmo esperada pelo mercado. “Sem dúvida este será um ano mais fraco, mas não se trata de um prelúdio de uma crise do setor imobiliário brasileiro. Ainda existe demanda, mas não como a registrada um ano antes”, afirmou João Crestana,  presidente do  Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi-SP).

Das construtoras que registraram quedas, a Helbor foi a que apresentou a maior baixa, mais de 60% tanto nos lançamentos quanto nas vendas no terceiro trimestre. Já os lançamentos da Gafisa caíram 15%, mas na Tenda, braço que do segmento de baixa renda da construtora, os lançamentos caíram 90% no período.

A queda, no entanto, foi estratégica. “Estamos adotando uma postura mais conservadora nesse momento, priorizando os lançamentos nos segmentos em que temos maiores margens, para garantir os resultados que sinalizamos para o nosso investidor no ano”, afirmou Duílio Calciolari, presidente da companhia.


Ritmo menor

De acordo com Crestana, o setor como um todo deve apresentar queda entre 10% e 15% no ano na comparação com 2010. Mas a baixa não deve ser recorrente nos próximos anos. “O segmento que deve apresentar maior retração é de imóveis do segmento popular, aqueles que se enquadram no programa Minha Casa, Minha Vida. Mas, a partir de 2012, esperamos a estabilização do mercado imobiliário”, disse. 

Erick Scott, analista do SLW Corretora, compartilha da mesma opinião. Para ele, a retração está dentro do previsto, mas não deve ser repetida nos próximos anos. “O setor vinha crescendo em uma velocidade muito intensa, mas essa freada sinaliza que o setor vai entrar em crise”, afirmou Scott.

A Tecnisa afirmou que a queda de quase 45% dos seus lançamentos no terceiro trimestre está relacionada a processos burocráticos de aprovação. Segundo a construtora, 76% do total dos lançamentos foram aprovados nos últimos dias do trimestre, o que acabou impactando os resultados no período.

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