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Construtora Vitacon vai investir R$ 1,5 bi em parceria com fundo

Em vez de vender as unidades a investidores, a Vitacon quer construir os prédios e administrar o aluguel dos apartamentos

Apartamentos: investimento de R$ 1,5 bilhão abarca a construção de 5 mil apartamentos em cinco anos (Sergej Borzov/Thinkstock)

Apartamentos: investimento de R$ 1,5 bilhão abarca a construção de 5 mil apartamentos em cinco anos (Sergej Borzov/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de abril de 2017 às 11h44.

Última atualização em 19 de novembro de 2019 às 19h56.

São Paulo - A construtora Vitacon, especializada em apartamentos compactos, fechou uma parceria com o grupo CapitalLand, de Cingapura.

As duas empresas planejam investir, juntas, R$ 1,5 bilhão no País nos próximos cinco anos em empreendimentos residenciais para locação que também oferecem serviços aos inquilinos.

Em vez de vender as unidades a investidores, as duas companhias vão construir os prédios e administrar o aluguel dos apartamentos.

O conceito desse negócio, conhecido globalmente como "multifamily", começará a ser testado no Brasil. A Vitacon pretende lançar dois empreendimentos entre este ano e meados de 2018 nos bairros Jardins e Itaim, regiões nobres de São Paulo, afirmou Alexandre Lafer Frankel, presidente e fundador da construtora.

Esses dois empreendimentos, juntos, devem ter 250 unidades de apartamentos, que variam de 30 m² a 90 m². O público-alvo são executivos e consumidores que não querem adquirir um imóvel, mas buscam serviços de hotel.

O primeiro prédio com esse conceito deverá ser lançado entre 60 e 90 dias, de acordo com Lafer. Nesse empreendimento, a CapitalLand, por meio de seu braço de investimento Ascott, será apenas o operador comercial. O segundo prédio, que deverá ser erguido no ano que vem, já terá aporte de capital do novo sócio.

Crescimento

O investimento de R$ 1,5 bilhão abarca a construção de 5 mil apartamentos em cinco anos. A participação da CapitalLand ainda não está fechada, mas poderá ser de 50% a 70% do total a ser investido.

"Estamos em negociações para a entrada de fundos soberanos institucionais nesse negócio", disse o empresário. Entre os futuros investidores estariam os fundos de Cingapura GIC e Temasek, além da Qatar Investment Authority (QIA), do Oriente Médio.

Em comunicado ao mercado, Lee Chee Koon, presidente da Ascott, afirmou que a entrada da companhia na América do Sul é uma medida significativa para expandir a rede global de propriedades.

"Vamos buscar a expansão em grandes cidades, incluindo Brasília, Rio de Janeiro e Belo Horizonte."

Ainda de acordo com a nota, Koon disse que a empresa vai buscar oportunidades em outros mercados latino-americanos, como Argentina, Chile e México. "Nos próximos cinco anos, a Ascott pretende atingir 10 mil unidades na América do Sul."

Frankel afirmou que a Vitacon já fez um aporte de R$ 270 milhões nos dois primeiros empreendimentos. O grupo de Cingapura, que tem ativos sobe gestão de US$ 80 bilhões, deverá trazer o seu conceito já consolidado na Ásia e Europa, para fazer o plano de expansão da empresa resultado da parceria entre as duas empresas.

Escala

De acordo com uma fonte do mercado imobiliário, o mercado que a Vitacon pretende entrar precisa ter escala para poder dar lucro. "Nos Estados Unidos, por exemplo, esse conceito já está consolidado. Não sabemos qual é a demanda do Brasil", disse.

Após somar um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 350 milhões em 2016, a Vitacon pretende dobrar este montante neste ano.

No mercado imobiliário, VGV é o termo usado para o valor calculado pela soma do potencial de venda de todas as unidades dos empreendimentos lançados por uma determinada companhia.

Neste ano, a Vitacon fez uma captação de R$ 600 milhões com o fundo de investimento americano Hines, que ajudou a reduzir o endividamento da companhia e a dar fôlego aos projetos da construtora que a construtora, fundada em 2009, já vinha tocando.

O presidente da Vitacon pertence à família Lafer, uma das principais acionistas da Klabin, conhecida também por diversos empreendimentos no País. Frankel, no entanto, afirma não querer usar o sobrenome para se consolidar no mercado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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