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Construtora Geosonda pede recuperação judicial

Empresa presta serviços a grandes empreiteiras e ao setor público. Com a crise e a Lava Jato, muitos de seus clientes pararam obras e ficaram inadimplentes

Construção: receitas e quadro de funcionários da Geosonda caíram pela metade entre o ano passado e este (Branimir76/Thinkstock)

Construção: receitas e quadro de funcionários da Geosonda caíram pela metade entre o ano passado e este (Branimir76/Thinkstock)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 18 de novembro de 2016 às 12h25.

Última atualização em 18 de novembro de 2016 às 14h15.

São Paulo - A construtora Geosonda, especializada em fundações e rebaixamento de lençol freático, acaba de entrar em processo de recuperação judicial.

O pedido de intervenção da Justiça no negócio foi aprovado no dia 10 de novembro.

A empresa, sediada em Cotia, na Grande São Paulo, viu suas receitas e quadro de funcionários caírem pela metade entre o ano passado e este.

Ela presta serviços a outras grandes empreiteiras e ao setor público. Com a crise econômica e a Operação Lava Jato, muitos de seus clientes paralisaram obras e ficaram inadimplentes.

No ano passado, por exemplo, com dois novos contratos assinados, a Geosonda se endividou para importar um guindaste. Mas o equipamento ficou parado porque o projeto em que ele seria usado foi suspenso.

Em maio, o presidente da companhia, Clovis Salioni, chegou a dizer que ela já poderia ser considerada "mais uma empresa de renegociação com bancos do que uma construtora".

Os débitos já somam 57 milhões de reais.

A Geosonda tentou agregar ao pedido de recuperação judicial o grupo Salider Empreendimentos Engenharia e Comércio, que também pertence a seus sócios.

A Justiça, porém, negou o pedido, alegando que, na verdade, a empresa trata-se de um haras e que não faz parte da cadeia produtiva da construtora e nem tem atividade fim.

A Geosonda é assessorada pela Quist Investimentos e pelo escritório DASA Advogados no processo de recuperação judicial. Ambos não quiseram comentar.

EXAME.com entrou em contato com a companhia, que não comentou o caso até a publicação desta matéria.

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