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Conselho da Portugal Telecom retoma reunião sobre Vivo na 6a

Lisboa/Londres - O Conselho da Portugal Telecom não alcançou nesta quinta-feira uma decisão sobre apoio à oferta de 7,15 bilhões de euros da Telefónica pela participação da empresa na brasileira Vivo, um dia antes de a proposta expirar. Duas fontes próximas aos acionistas da Portugal Telecom disseram que o conselho não chegou a um acordo […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Lisboa/Londres - O Conselho da Portugal Telecom não alcançou nesta quinta-feira uma decisão sobre apoio à oferta de 7,15 bilhões de euros da Telefónica pela participação da empresa na brasileira Vivo, um dia antes de a proposta expirar.

Duas fontes próximas aos acionistas da Portugal Telecom disseram que o conselho não chegou a um acordo em encontro nesta quinta. Uma das fontes afirmou que a reunião será retomada na sexta-feira.

A espanhola Telefónica tenta assumir o controle integral da Vivo, maior operadora celular do Brasil, que atualmente divide com a Portugal Telecom.

O prazo final da oferta da Telefónica é sexta-feira, dia 16, já estendido depois que o governo português bloqueou a venda da Vivo pela Portugal Telecom usando a "golden share" que tem na empresa.

A maioria dos acionistas da Portugal Telecom votaram a favor do negócio em assembleia, antes que Lisboa interferisse.

O Tribunal de Justiça Europeu (TJE) decidiu em seguida que o uso da "golden share" feria as regras da União Europeia sobre a livre movimentação de capitais, abrindo caminho para uma disputa legal a menos que as partes envolvidas na disputa pela Vivo cheguem a um acordo.

Analistas e profissionais do setor financeiro estão céticos de que os dois lados possam chegar a um acordo até a sexta-feira.

"Eu daria cinco por cento de chance de que um acordo será feito até amanhã", disse o analista Robin Bienenstock, da Bernstein Research.

Um banqueiro sênior afirmou ser improvável que a Telefónica eleve mais uma vez sua oferta pela Vivo, que já foi aumentada duas vezes. "Realmente parece que isso vai terminar em arbitragem", disse.

O jornal espanhol ABC publicou nesta semana que a Telefónica poderia ir ao Tribunal Permanente de Arbitragem em Haia, instituição para resoluções de disputas internacionais, se não conseguir um acordo com a Portugal Telecom.

Banqueiros disseram que a Telefónica poderia tentar dissolver a holding Brasilcel, joint-venture com a Portugal Telecom e que tem o controle da Vivo. Então, a Telefónica tentaria comprar ações da Vivo na bolsa.

O analista Tim Daniels, da Olivetree Securities, estima que um processo de arbitragem poderia demorar até dois anos.

A Telefónica quer unir a Vivo e a Telesp, sua empresa de telefonia fixa em São Paulo. A combinação dos ativos daria origem ao maior grupo de telecomunicações do Brasil.

As ações da Portugal Telecom negociadas na bolsa de Lisboa chegaram a subir quase 5 por cento nesta quinta-feira, diante de rumores no mercado de que um acordo sobre a Vivo tinha sido alcançado. Os papéis do grupo português acabaram encerrando o pregão em alta de 3,11 por cento, a 8,429 euros, depois que a Telefónica disse que não tinha conhecimento de qualquer acerto sobre a Vivo.
 

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