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Conselho da Petrobras terá pouca renovação em 2016

Mudanças pelas quais passará o Conselho de Administração da Petrobras a partir de abril incluem a saída do último conselheiro que já teve relação com a Vale


	Vale: grupo ficou marcado por discordar ou expor discordâncias em relação a diretrizes da diretoria executiva da Petrobras
 (Divulgação/Vale)

Vale: grupo ficou marcado por discordar ou expor discordâncias em relação a diretrizes da diretoria executiva da Petrobras (Divulgação/Vale)

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Da Redação

Publicado em 29 de março de 2016 às 17h23.

Rio de Janeiro - As poucas mudanças pelas quais passará o atual Conselho de Administração da Petrobras a partir de abril incluem a saída do último conselheiro que já teve relação com a Vale , encerrando uma fase em que executivos e nomes ligados à mineradora tiveram grande influência na petroleira.

O grupo, chamado "turminha da Vale" pelo presidente da petroleira, Aldemir Bendine, ficou marcado por discordar ou expor discordâncias em relação a diretrizes da diretoria executiva da Petrobras ao longo do ano passado.

A estatal Petrobras, em nota no final da noite de segunda-feira, apontou o advogado Durval José Soledade Santos como o indicado pelo sócio majoritário, o único não integrante do atual colegiado, que deverá substituir Roberto Castello Branco, ex-diretor da Vale, o último remanescente da "turminha".

A lista de sete nomes indicados pelo governo federal aponta ainda para a manutenção do economista e contador Nelson Carvalho no comando do colegiado.

Carvalho foi aprovado como presidente do Conselho da petroleira em dezembro, após ter atuado como interino no cargo no ano passado durante a licença de Murilo Ferreira, presidente da Vale, que renunciou posteriormente após notícias de desentendimentos com Bendine e depois do trágico rompimento da barragem da Samarco, joint venture da Vale e da BHP Billiton, que exigiu foco total do principal executivo da mineradora.

A formação original do Conselho da Petrobras, em abril de 2015, contava também com os conselheiros suplentes Dan Conrado, membro do conselheiro da Vale, e Clovis Torres, consultor jurídico também da Vale, que renunciaram no ano passado.

A saída de Castello Branco deixa o colegiado sem representantes com ampla experiência financeira e em gestão empresarial. Com as novas indicações do governo federal, predominarão no colegiado advogados, contadores e economistas. A eleição ocorrerá na Assembleia Geral Ordinária, prevista para 28 de abril, onde serão escolhidos os dez membros do Conselho, incluindo os representantes dos trabalhadores, dos acionistas ordinaristas e dos acionistas preferencialistas.

Poucas mudanças

Em 2015, o Conselho da Petrobras deixou de ter a presença de ministros do governo, o que foi aprovado pelo mercado e interpretado como uma mensagem de independência. Mas a saída dos membros do grupo apelidado de "turminha da Vale", segundo uma fonte próxima da situação, traz preocupações. "Essa independência é entre aspas... Um trabalho profissional não quer dizer concordar com tudo e nem discordar de tudo", afirmou.

Além do substituto de Castello Branco, o governo indicou para o colegiado os atuais conselheiros Aldemir Bendine, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, e o engenheiro civil e professor da UFRJ Segen Estefen.

Outros dois nomes de atuais conselheiros suplentes, Jerônimo Antunes e Francisco Petros, foram indicados para ocupar as cadeiras deixadas vagas por Carvalho, ao assumir a presidência, e por Luiz Navarro, que assumiu neste mês como ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU).

As indicações de acionistas não controladores para o Conselho de Administração apontaram a manutenção dos atuais membros Walter Mendes, economista que representa os ordinaristas, e Guilherme Affonso Ferreira, engenheiro e empresário representante dos preferencialistas.

Já a engenheira de petróleo Betânia Coutinho, eleita pelos funcionários da Petrobras, será a representante dos trabalhadores no Conselho.

A estatal também submeterá à Assembleia Geral Extraordinária em 28 de abril proposta de reforma de seu estatuto social que traz um novo modelo de governança, com redução do número de diretorias executivas da companhia.

Dentre as propostas, a Petrobras também sugere a retirada do papel de suplentes no Conselho.

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