Eletrobras: o leilão das seis distribuidoras de energia elétrica que serão privatizadas ocorrerá em abril (Nadia Sussman/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 14 de novembro de 2017 às 14h18.
Rio - A Eletrobras pretende aprovar na reunião do Conselho de Administração do dia 24 de novembro a venda de 77 sociedades de propósito específico (SPEs), sendo 60 de geração e 17 de transmissão de energia.
Segundo o presidente da empresa, Wilson Ferreira Júnior, o valor contábil das empresas é de R$ 4,6 bilhões.
Ele informou que o leilão das seis distribuidoras de energia elétrica que serão privatizadas ocorrerá em abril e que a venda não seria possível se a Eletrobras não ficasse com metade da dívida das empresas, ou R$ 11,8 bilhões.
Segundo Ferreira, assumir a dívida das distribuidoras não vai atrapalhar a privatização da Eletrobras, prevista para o segundo semestre de 2018, e apontou dados positivos já registrados na companhia, mas que vão melhorar até o ano que vem.
Desde que Ferreira chegou, há um ano, a relação divida líquida/Ebitda caiu de 8,5 vezes para 4,1 vezes, com meta de bater em 4 vezes em dezembro. E a tendência, de acordo com o executivo, é chegar no final de 2018 com essa relação entre 3 vezes e 2,5 vezes.
A Eletrobras paga mensalmente R$ 30 milhões ao BNDES por um financiamento feito para a usina nuclearAngra 3, ativo que não pode ser vendido por entrave constitucional. De acordo com o presidente da Eletrobras, como a usina nuclear ainda não gera energia esse encargo está pesando nas contas da holding.
A solução, segundo Ferreira, é terminar a obra para começar a entrar dinheiro no caixa da Eletrobras. Para isso, no entanto, será necessário aumentar a tarifa.
"Ninguém vai querer entrar como parceiro financeiro com essa tarifa, tem que ser de pelo menos R$ 400, contra os R$ 250 de hoje", disse Ferreira.