Negócios

Conselheiros da Oi apresentam plano de recuperação a Temer

A empresa tem dívidas acumuladas que somam R$ 65,4 bilhões e passa por um processo de recuperação judicial

Hélio Costa: "A empresa não precisa de dinheiro do governo" (Wilson Dias/Agência Brasil)

Hélio Costa: "A empresa não precisa de dinheiro do governo" (Wilson Dias/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de outubro de 2017 às 18h55.

Representantes do Conselho de Administração da empresa telefônica Oi se reuniram com o presidente Michel Temer na tarde de hoje (3) para tratar da recuperação da empresa.

A Oi tem dívidas acumuladas que somam R$ 65,4 bilhões e passa por um processo de recuperação judicial.

O ex-ministro das Comunicações Hélio Costa, atualmente membro do conselho da telefônica, e o presidente do conselho, José Mauro Carneiro, expuseram para Temer as necessidades da empresa em renegociar suas dívidas, inclusive multas com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

"Nós saímos convencidos de que o presidente está absolutamente ciente agora de que estamos na reta final do processo de recuperação da empresa", disse Hélio Costa.

Segundo ele, o objetivo era deixar o presidente a par da situação, a cerca de três semanas da assembleia de credores, marcada para o dia 23.

Ele destacou que a intenção do encontro não foi pedir ajuda financeira para o governo.

"A empresa não precisa de dinheiro do governo. Ela precisa apenas chegar na assembleia nacional de credores, pelo menos com a questão da Anatel e multas resolvidas, e sabendo que os bancos oficiais, que estão programados para votar em conjunto, tenham o entendimento de que estão recebendo um tratamento privilegiadíssimo".

Segundo Costa, o importante é obter um voto favorável dos bancos oficiais e da Anatel, alguns de seus credores, ao plano de recuperação da empresa. O plano será apresentado na próxima semana e votado na assembleia de credores.

"O que realmente é importante para nós, agora, é a solução Anatel e bancos oficiais. Feito isso, estamos caminhando para a assembleia de credores e certamente a empresa tem todas as chances de se recuperar, com uma fila de investidores querendo entrar e botar dinheiro na Oi assim que se resolver a recuperação judicial", disse Hélio Costa.

Em agosto, a Oi apresentou para a Anatel uma proposta de recuperação judicial, que incluía uma capitalização de R$ 8 bilhões. Na ocasião, a agência determinou, diante do que considerou inconsistências, que o plano fosse refeito antes de ser submetido aos credores no final de setembro.

Um dos pontos de desacordo com a Anatel é o pleito da Oi de transformar parte das multas aplicadas pelo órgão regulador em investimentos, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).

O valor gira em torno de R$ 6 bilhões e a empresa quer um prazo de dez a 12 anos para pagar.

A Advocacia-Geral da União (AGU) já se posicionou contrariamente à conversão de multas em investimentos. A equipe econômica do governo também não aceita que esse tipo de acordo seja feito.

A postura da Anatel é de tentar excluir seus créditos, estimados entre R$ 11 bilhões e R$ 13 bilhões, do processo de recuperação judicial da OI até a data de realização da assembleia geral de credores.

 

 

Acompanhe tudo sobre:EmpresasGoverno TemerMichel TemerOiOperadoras de celularTelefonia

Mais de Negócios

Ford aposta em talentos para impulsionar inovação no Brasil

Fortuna de Elon Musk bate recorde após rali da Tesla

Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2024: conheça as vencedoras

Pinduoduo registra crescimento sólido em receita e lucro, mas ações caem