Metade da fachada do edifício One Central Park, em Sydney, na Austrália, é coberta pelo jardim projetado pelo francês Patrick Blanc, considerado o mestre das paredes verdes. (Felix Cesare/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2022 às 14h00.
Última atualização em 22 de setembro de 2022 às 10h26.
Plantar árvores é considerada uma das melhores soluções para compensar a emissão de carbono e, portanto, um dos caminhos para lidar com a crise climática. Mas diante de cidades cada vez mais densas e com menos espaço disponível, ampliar as áreas verdes vem sendo um desafio.
Tendência crescente em grandes centros, os jardins verticais são uma das novas abordagens exploradas pela arquitetura nesse sentido.
As paredes verdes são, resumidamente, uma estrutura vertical coberta por vegetação, criando um revestimento vivo. No lugar de plantas trepadeiras enraizadas no solo, o sistema utiliza uma superfície de crescimento vertical, como painéis modulares e bandejas, com substrato e irrigação integrada.
No vídeo abaixo, é possível ver um exemplo da instalação de um jardim desse tipo, projetado pela empresa canadense Green Over Gray para um shopping center na cidade de Surrey:
Isoladamente, eles não são capazes de resolver os problemas criados pela urbanização. No entanto, podem ser uma parte importante de uma estratégia mais ampla para trazer mais sustentabilidade às cidades.
Embora ainda haja discussão sobre os gastos com manutenção, especialmente, os impactos positivos são evidentes – e vão muito além do valor estético, que por si já tornam as cidades mais agradáveis para viver.
Um dos benefícios é a melhoria da qualidade do ar. Segundo a empresa Movimento 90º, que instalou em São Paulo o corredor verde da avenida Vinte e Três de Maio e os paredões do Minhocão, por exemplo, os jardins verticais podem filtrar partículas finas e ultrafinas do ar, absorvendo não só o CO2, mas também outros poluentes.
Outro efeito é a diminuição da temperatura no seu entorno, o que ajuda a atenuar as ilhas de calor que se formam nos centros urbanos.
Um estudo da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, mostra que a vegetação vertical melhora também o desempenho térmico das edificações, com redução de mais de 30% na perda de calor – consequentemente, nos gastos com eletricidade para aquecer ou resfriar os ambientes.
Os paredões verdes funcionam ainda como um isolante acústico natural, diminuindo a poluição sonora dentro do edifício. Além disso, aumentam a biodiversidade e atraem pássaros, abelhas e outros agentes polinizadores, colaborando para o equilíbrio do microclima da região. Conheça, a seguir, cinco jardins verticais icônicos pelo mundo:
O prédio residencial que fica em Bogotá, capital colombiana, tem mais de 115.000 plantas, o equivalente à compensação da pegada de carbono de 700 pessoas. É o maior jardim vertical do mundo: são 3.000 m² de verde cobrindo os nove andares do edifício.
A paisagem vertical projetada para este premiado edifício de uso misto (residencial e comercial) se destaca no horizonte de Sydney. O jardim conta com 350 espécies de plantas e flores, que ocupam aproximadamente metade da área da fachada.
O edifício residencial já esteve no Guiness Book em 2014, como dono do maior jardim vertical do planeta na época. Com 78 m de altura e 20 m de largura, o escudo verde ocupa 24 andares, somando 2.289 m² de área coberta por plantas.
A fachada viva do museu, que fica perto da famosa Torre Eiffel, no coração de Paris, é composta por 15.000 plantas e flores pertencentes a mais de 150 espécies. A vegetação, cheia de cor, cobre 800 metros quadrados de superfície.
Esta parede verde de seis andares, de uma biblioteca na cidade de San Vicente, impressiona pela variedade de folhagens e pelo desenho modular. Enquanto pequenas flores e ervas preenchem as camadas superiores do jardim, a hera e as samambaias crescem na parte debaixo.
Por aqui, a tendência também vem sendo vista nos últimos anos, em diversas cidades. O corredor vertical da Avenida Vinte e Três de Maio, uma das mais movimentadas da capital paulista, é um projeto que ficou bastante conhecido.
A Movimento 90º foi a responsável por cobrir de verde quase seis quilômetros de extensão, com cerca de 11.000 m² de jardins verticais, usando mais de 250.000 mudas de plantas nativas.
O projeto resultou, segundo a empresa, na captura de 66,8 toneladas de carbono por ano, além de da reciclagem de 163,7 toneladas de lixo, já que foram usadas embalagens pós-consumo para o plantio.