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Conheça a startup que paga para você caminhar até o trabalho — e vai faturar R$ 5 milhões com isso

Cada quilômetro em ônibus, metrô, bicicleta ou caminhando rendem até 14 centavos

Lucas Nicoleti, da Ecomilhas: "Usamos o período da pandemia para aperfeiçoar a tecnologia"  (Serasa Experian/Divulgação)

Lucas Nicoleti, da Ecomilhas: "Usamos o período da pandemia para aperfeiçoar a tecnologia" (Serasa Experian/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 16 de março de 2024 às 08h02.

Última atualização em 18 de março de 2024 às 10h12.

Trocar o carro por bicicleta, ônibus, metrô ou por uma boa caminhada ao trabalho -- e com isso, ganhar dinheiro. Essa é a ideia da startup Ecomilhas, de Campinas, no interior de São Paulo. O objetivo é vender o serviço para empresas que querem reduzir a emissão de carbonos.

“A empresa contrata nosso serviço e passamos a oferecê-lo para o funcionário”, diz Lucas Nicoleti, diretor executivo e cofundador da Ecomilhas. “Assim, a empresa consegue comprovar redução de emissão porque o deslocamento dos funcionários até o trabalho tem menos produção de gás carbônico”.

Na prática, o funcionário se cadastra no aplicativo, coloca qual é o seu deslocamento e, a partir disso, faz check-in e check-out quando começa a se deslocar. Ele pode andar em modais que são considerados menos poluentes:

  • Bicicleta
  • Bicicleta elétrica
  • Caminhada
  • Modais compartilhados, como ônibus e metrô
  • Modais elétricos 

“Para validar o transporte que o usuário fez, usamos inteligência artificial, que vai categorizar todas informações do dispositivo do usuário, como velocidade e duração do trajeto, e combinado com fontes externas dos dados, conseguimos comprovar que a pessoa cumpriu o trajeto num modal menos poluente”, afirma Nicoleti. “Conseguimos até comprovar se a pessoa tem mesmo um veículo elétrico ou movido a etanol. É esse nível de profundidade”. 

Como funciona a remuneração

A recompensa costuma ser entre 10 e 14 centavos por quilômetro andado. O valor varia conforme o modal. No caso desses contratos feitos para empresa usarem com seus funcionários, quem ajuda a pagar a quantia é a própria empregadora. 

Com o valor acumulado, o funcionário pode escolher o que fazer com o dinheiro. Há benefícios como cupons de desconto e de uso em plataformas como iFood, ou cashback, quando pega o dinheiro de volta. 

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“Considerando 1.000 quilômetros por mês, teria uma recompensa média de 140 reais. São 10% de um salário mínimo”, afirma. 

Além do modelo em que há venda direta para empresas usarem a ferramenta com seus funcionários, a Ecomilhas também remunera quem quiser registrar substituições de carros por outros modais independentemente. Ela junta os créditos de redução de carbono e depois os vende a empresas que querem compensar. 

“Faturamos, no primeiro modelo, cobrando um custo por funcionário”, diz. “No segundo, é um custo pelo crédito de carbono”. 

Qual a história e a estrutura da Ecomilhas

Esse é o primeiro negócio do paulistano Lucas Nicoleti. Ele se juntou a um sócio mineiro para implantar a startup, que nasceu na pandemia. 

“Imagine, começamos um negócio de mobilidade urbana durante a pandemia”, afirma. “Usamos esse período para validar a ideia, até chegar no momento pós-pandemia”. 

A ideia surgiu de um mestrado que o paulistano faz na Unicamp, em Campinas, de sustentabilidade corporativa. “Percebi no mercado uma dor grande que é de engajamento para sustentabilidade”, afirma. “E quando colocamos uma meta, isso se torna cada vez mais desafiador. Por isso pensamos em atrelar a redução de carbono com a cultura do benefício”. 

Hoje, já são cerca de 70.000 usuários e clientes como:

  • iFood
  • Stelantis
  • Volkswagen
  • Fleury
  • Saint Gobain

Mensalmente, a empresa fatura cerca de 100.000 reais. Mas com o crescimento, espera fechar o ano faturando 5 milhões de reais. 

Participação em programa do Serasa Experian

A Ecomilhas é uma das vencedoras do Impulsiona Startups, programa de inovação aberta da Serasa Experian que acelera startups que possuem soluções de impacto social positivo nas causas de educação, saúde e inclusão financeira. 

Segundo Nicoleti, a participação no programa contribuiu para que a startup atingisse novos resultados, como o aumento de 10% no número total de usuários e de 20% da quantidade de clientes B2C, evitando 40.000 toneladas de carbono em 2023. 

Além disso, houve um crescimento de 35% no faturamento da empresa. No fim, sendo uma das três ganhadoras da aceleração, a empresa conquistou o prêmio de 180.000 reais para continuar investindo e otimizando os negócios.

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