“As grandes redes de farmácias não têm uma solução logística para o delivery", diz o CEO da Pharbox, Silvio de Azevedo Pereira Junior (Pharbox/Divulgação)
Isabela Rovaroto
Publicado em 25 de janeiro de 2023 às 09h47.
Última atualização em 25 de janeiro de 2023 às 15h37.
O delivery avançou muito no Brasil nos últimos anos. Varejistas de diversos segmentos tiveram que se adaptar ao novo padrão de consumo. Receber compras em casa em menos de uma hora é algo comum e já se tornou uma exigência de boa parte dos consumidores. Porém, a entrega da medicamentos não acompanhou as mudanças. Receber um remédio em casa pode levar quatro horas ou mais. A Pharbox, primeira farmatech do Brasil, é um delivery especializado em remédios e chega ao mercado em fevereiro com o objetivo de solucionar diversos problemas do mercado farmacêutico.
Para o cliente, o delivery garante entregas em até 20 minutos e fretes reduzidos ou a possibilidade de retirada de medicamentos em lojas autônomas próximas de onde estiver. Para as redes de farmácias, serve como um entreposto avançado, com 15 mil produtos que costumeiramente ficam atrás das prateleiras, assegurando entregas rápidas, além do armazenamento e transporte feitos conforme as normas da Anvisa, o que não ocorre com aplicativos de entrega genéricos.
“As grandes redes de farmácias não têm uma solução logística para o delivery. Nunca foi interesse dos grandes conglomerados digitalizar a operação, porque muitas redes têm parte de seu faturamento ligado ao aluguel dos imóveis. Hoje, grandes players do mercado brasileiro de medicamentos conseguem realizar a entrega em até quatro horas ou só no dia seguinte. Se a pessoa estiver com fome, pede um hambúrguer e recebe em 20 minutos. Mas, se ela estiver doente, com dor, precisa sair de casa para comprar medicação. É um contrassenso", diz o CEO da Pharbox, Silvio de Azevedo Pereira Junior, empresário com mais de 20 anos de atuação no atacado farmacêutico.
Primeira startup focada em solução para o varejo farmacêutico, a Pharbox é fruto de um investimento de R$ 5 milhões em plataforma, infraestrutura e marketing. A farmatech é composta por aplicativos diferenciados para consumidor, gerenciamento de entregadores e lojas autônomas, além de um software para integração dos apps.
O transporte é feito por entregadores cadastrados na plataforma. Hoje, são cerca de 80 mil em todo o Brasil, mas o objetivo é reunir 200 mil até o final de 2023. Inicialmente, a Pharboux mantém em operação um hub no bairro Itaim Bibi e Alphaville.
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Para transportar os medicamentos de forma segura, a Pharbox desenvolveu uma embalagem dentro do padrão sanitário, além de mochilas próprias para os motoristas que trabalharem exclusivamente com eles.
A solução da farmatech para o delivery de remédios se baseia em dois formatos de bases operacionais e de distribuição: os hubs e as lojas autônomas.
Contêineres de 25 metros quadrados serão usadas como dark stores farmacêuticas. Os hubs têm raio de ação de 20 quilômetros. A qualquer hora do dia, ao efetuar uma compra pelo aplicativo, o cliente recebe os produtos enviados do hub mais próximo em até 20 minutos.
Espécies de commodities farmacêuticas, os produtos disponibilizados nos hubs incluem comprimidos para dor de cabeça, febre e indigestão, que em 2021 representaram um terço das vendas das farmácias, em um montante de R$ 20 bilhões.
O sistema elimina a necessidade de presença física de farmacêuticos – a orientação aos pacientes ocorre de forma remota. No caso de remédios que necessitam de receita, os documentos poderão ser enviados via o app e analisados pelos farmacêuticos.
Além de entregar as vendas realizadas diretamente pelo aplicativo da Pharbox, os hubs permitem que redes de farmácias comercializem e entreguem, por meio de seus próprios APPs e e-commerces, commodities farmacêuticas – nesses casos, os produtos e as entregas são da startup, que recebe comissões sobre os valores transacionados.
Há ainda a possibilidade de as redes que não dispõem de equipes próprias de entrega ou que não contam com parcerias logísticas comercializarem seus próprios produtos, utilizando o sistema de entrega da farmatech, garantindo assim a entrega ao consumidor em até 20 minutos.
"Queremos ser o principal sistema de entrega das maiores redes farmacêuticas do Brasil. Nós podemos realizar entregas em todo país sem necessariamente ter uma loja física na região. Podemos atuar por meio dos hubs ou como opção de entrega dentro dos e-commerces dos grandes players do mercado brasileiro de medicamentos", diz o CEO.
Pensadas e desenvolvidas para estarem dentro de hospitais, estacionamentos, redes de laboratórios, condomínios residenciais e empresariais e escolas, as lojas de autoatendimento da Pharbox são as primeiras farmácias autônomas do país. A escolha dos produtos e o pagamento são feitos pelo aplicativo. Inicialmente, está em operação uma farmácia autônoma, no bairro do Morumbi, em São Paulo. O plano de expansão do modelo prevê a abertura de lojas autônomas franqueadas em todo o Brasil. O investimento inicial é em torno de R$ 150 mil.
De olho na compra recorrente de remédios, a Pharbox vai contar com um programa de assinatura. O cliente vai conseguir agendar a entrega dos remédios com até 40% de desconto.
Silvio acredita que esse sistema vai atender um grande volume de medicamentos, gerando previsibilidade de entregas, o que é bom para o negócio e para os entregadores. "Eles já vão começar o dia com entregas pré-agendadas", diz.
Outra possibilidade desenvolvida pelo negócio é a entrega fracionada de remédios, algo não tão comum no Brasil. "Se você precisa de apenas cinco comprimidos e não quinze, como vem na caixa do remédio, será possível comprar apenas o recomendado na receita médica, o que gera economia para o cliente", explica.
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A Pharbox começa operar em São Paulo em fevereiro, mas as expectativas para 2023 são ambiciosas. O CEO pretende atuar nas 27 capitais brasileiras ainda no primeiro semestre e absorver até 15% do varejo físico até o final do ano. A expectativa é crescer primeiro como opção de entrega nas redes farmacêuticas e depois criar as próprias dark stores de remédios.
Depois de São Paulo, a farmatech pretende atender Manaus. "Queremos mostrar ao mercado que o sistema funciona bem e supera as dificuldades geográficas", diz o fundador.
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