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Conheça a Azos, insurtech que já captou mais de R$ 100 milhões e nova parceira da gigante Swiss Re

A partir do acordo, a startup quer imprimir um novo ritmo de lançamento de produtos

Rafael Cló: vamos crescer a nossa receita três vezes ao longo de 2023 (Azos/Divulgação)

Rafael Cló: vamos crescer a nossa receita três vezes ao longo de 2023 (Azos/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 23 de março de 2023 às 09h17.

Última atualização em 21 de agosto de 2023 às 08h02.

No mercado de meados de 2021, a insurtech Azos ganhou um reforço de peso em sua estratégia de desenvolvimento e expansão. A startup brasileira acaba de fechar um acordo com a Swiss Re, uma das maiores resseguradoras do mundo. Antes, essa posição era ocupada pela IRB Brasil.

A Azos atua no mercado de seguros de vida e, a partir da parceria, pretende acelerar o lançamento de produtos. Atualmente, oferece quatro opções e quer chegar em dezembro deste ano com mais do que o dobro, dez.

Entre os novos serviços previstos, opções que envolvem cirurgias, invalidez por doença e assistência funeral premium, com cobertura do beneficiário da apólice e de outras pessoas do núcleo familiar.

“Eu diria que o que o mercado pode esperar da Azos o lançamento de muitos produtos e com uma frequência muito maior”, afirma Rafael Cló, cofundador e CEO da Azos.

Além da agilidade para introduzir novas coberturas, a parceria tem um efeito imediato: o aumento no valor limite das apólices e no período de carência. Em seguro de vida, por exemplo, o limite de capital saiu de R$ 2 milhões para R$ 3 milhões e período de carência caiu de 60 para 30 dias.

A expectativa é de que a gigante suiça contribua ainda na formatação, precificação e análise de riscos dos produtos, a partir da experiência e conhecimento adquiridos em outros países. "Desta forma, a Swiss Re soma sua própria capacidade de risco, dados e inovação para juntos, ajudarmos a tornar as sociedades mais resilientes, afirma Fred Knapp, Head de Reinsurance Brazil & Southern Cone da Swiss Re. 

Como a Azos foi fundada

A insurtech chegou ao mercado como uma iniciativa de Cló e os amigos Renato Farias (ex-diretor de operações internacionais da DogHero) e Bernardo Ribeiro (ex-gerente de marketing do Burger King).

A ideia veio após Rafael sofrer com as burocracias de uma seguradora brasileira da qual era cliente. À época, ele morava nos Estados Unidos e trabalhava na Kraft Heinz. Ao descobrir que as parcelas de uma apólice não estavam sendo pagas porque o seu cartão tinha vencido, precisou lidar com uma sequência de problemas relacionados à:

  • quitação de débitos
  • dificuldades de acesso ao portal do cliente
  • Falhas de comunicação com a empresa
  • Política de cancelamento antiquada, com a necessidade de envio de carta escrita de próprio punho

Em meio às dores de cabeça, Cló enxergou a oportunidade de construir algo neste mercado. Com os outros dois sócios, se debruçou sobre o setor de seguros, observando cases de sucesso na indústria americana e os modelos de negócios.

No lançamento da insurtech, a oferta de apólices a partir de R$ 5,00, valor que se mantém até hoje. Uma estratégia de marketing, mas também uma forma de mostrar um novo movimento no setor, conhecido por trabalhar com valores a partir dos três dígitos.

Para o serviço, conta com tecnologia própria e usa inteligência artificial para oferecer uma análise rápida da solução mais adequada ao perfil do potencial cliente. Os produtos são desenvolvidos com a Excelsior Seguros, parceira desde o início da operação e responsável pela conexão com a Swiss Re.

Qual o tamanho do negócio atualmente

Sem revelar números, Cló afirma que a startup cresceu em receita anual recorrente quatro vezes em 2022. Para este ano, o ritmo previsto é de três vezes. Em termos de capital segurado, a startup ultrapassou o valor 10 bilhões de reais.

O negócio dialoga com um público adulto, 60% dos clientes são homens por volta de 40 anos de idade e classe média alta, com renda familiar acima dos R$ 10 mil. Apesar da proposta de democratização, Cló reconhece que levar o seguro para outras camadas da população ainda é um desafio.

“Querendo ou não, o brasileiro de renda social mais baixa ainda tem uma dificuldade para fazer o pagamento recorrente do seguro, mas é um objetivo da companhia democratizar acesso a bons produtos”, diz.

A evolução da startup no mercado brasileiro tem sido suportada por mais de 100 milhões de reais em investimentos. Por trás do valor, estão fundos como Prosus (ex-Naspers Ventures), Kaszek Ventures, Maya Capital e o Munich Re Ventures, braço de capital de risco da resseguradora Munich Re.

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