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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Brasília Investir em fábricas para aplicações específicas e que necessitem de menos recursos como forma do Brasil ganhar espaço no mercado mundial de produção de chips. A sugestão foi apresentada hoje (28) durante a 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, por Armando Gomes, diretor da Freescale, empresa que desenvolve projetos de semicondutores.
O mercado da microeletrônica é um dos que mais crescem no mundo e está diretamente ligado à inovação científica e tecnológica. Só neste ano, deve movimentar cerca de US$ 250 bilhões.
Atualmente, todos os chips usados no Brasil são importados, inclusive os colocados em produtos fabricados aqui obrigando as empresas nacionais a terem licença dos fabricantes internacionais dos chips para poderem exportar seus produtos. O Ministério da Ciência e Tecnologia estima que o país consuma cerca de US$ 10 bilhões em chips, por ano.
Para Gomes, estimular fábricas especializadas pode ser uma das formas do país se inserir no mercado mundial de microeletrônica. "A nossa única chance é a inovação. Não podemos fazer o que os outros já fazem", afirmou.
O coordenador de Microeletrônica da Secretaria de Política de Informática do ministério, Henrique Miguel, disse que uma das linhas de ação do governo é investir em empresas para concepção dos semicondutores, com a terceirização da execução e da montagem.
Segundo ele, esse tipo de empresa exige menos recursos, apresenta riscos menores e também ajuda a promover o surgimento de uma cadeia produtiva de microeletrônica no país. No início deste ano, entrou em operação o primeiro centro de produção de semicondutores da América Latina, o Ceitec, localizado em Porto Alegre (RS), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia. No Brasil, há empresas privadas que trabalham na área de microeletrônica, mas que não fabricam o componente.
Outro desafio do país é aumentar o número de pesquisadores e projetistas na área. De acordo com o diretor do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (CTI), Jacobus Swart, o Brasil tem 488 profissionais e bolsistas na área, enquanto em países europeus, o número passa de 3 mil.