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Concorrência de grifes internacionais cria desafio para marcas brasileiras

Fashion Business reúne esta semana estilistas e empresários da moda no Rio, onde a preocupação é agregar qualidade e, ao mesmo tempo, reduzir custo

Reduzir preços e agregar qualidade aos produtos são os desafios do momento para as grifes nacionais (Arquivo/ Contigo)

Reduzir preços e agregar qualidade aos produtos são os desafios do momento para as grifes nacionais (Arquivo/ Contigo)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2011 às 19h22.

Rio - A temporada da moda no Rio de Janeiro começa esta semana, com a sequência dos dois principais eventos do setor. O primeiro deles é o Fashion Business, que acontece de 24 a 27 de maio, na Marina da Glória. Com um investimento de 16 milhões de reais, a 18ª edição do evento reunirá 310 expositores e 20 mil lojistas credenciados, dos quais 1.000 são compradores VIPs. A expectativa é atrair 60.000 visitantes. Logo depois da temporada de negócios, entre os dias 30 de maio e 4 de junho, o Fashion Rio, palco das tendências, vai reunir a nata da moda no Píer Mauá, na Zona Portuária.

Dezessete grifes apresentarão suas coleções em passarelas localizadas na Marina da Glória e em pontos históricos e turísticos da cidade para o Fashion Business: Carlos Miele, Patricia Viera, Santa Ephigenia, Maria Filó, Giulietta, Lix, Victor Dzenk, Mara Mac, Francesca Romana Diana, Mary Zaide, Cholet, Sacada, Cavendish, Barbara Bela, Afghan, Oh, Boy! e Addict. A abertura do evento será realizada nesta segunda, às 17h, no Copacabana Palace, com desfiles de Patricia Vieira e Carlos Miele.

Este ano, a diretora geral do Fashion Business, Eloysa Simão, quer alertar os donos de grifes e empresários do ramo para a necessidade urgente de aumentar a competitividade da produção nacional, tendo em vista a invasão das marcas estrangeiras. Reduzir preços e agregar qualidade aos produtos são os desafios do momento para as grifes nacionais.

“Para agregar valor, temos que oferecer um produto que tem alma. Não se pode falar em moda sem falar de estética. Tem que ter tudo isso e ainda um preço justo. Para ser competitivo, é preciso comprar bem, produzir bem e vender bem. Temos que ter design e custo baixo. Dinheiro não aceita desaforo. Nossa roupa está cara. É comum ver gente viajar para comprar roupa. O real está muito valorizado”, avalia.

Com os Estados Unidos e a Europa em crise, os países emergentes – e, em especial, o Brasil – viraram um oásis para as grandes marcas internacionais. A gigante Gucci, por exemplo, anunciou que até 2013 pretende dobrar, de seis para 12, o número de lojas no país. O apetite sobre o mercado brasileiro também chegou a Topshop, Louis Vuitton e Ermenegildo Zegna.

“Os mercados emergentes passam a ser a bola da vez. Nos próximos dois anos, haverá uma enxurrada de grifes chegando. O fato de a nossa moeda estar forte favorece o preço deles, e isso está pesando. Somos um mercado grande. Nossa economia está em expansão e o poder aquisitivo da população aumentou. Há uma grande quantidade de consumidores em potencial aqui, o que torna o Brasil muito atraente”, analisa Eloysa.

Mas a invasão de grifes famosas está longe de ser a única preocupação dos estilistas e empresários de moda brasileiros. A concorrência da China e da Índia se impõe como um desafio que exige novas estratégias.

“A China será a grande potência nos próximos anos. Daqui a 10 anos, ultrapassará os Estados Unidos. Além da mão de obra, que já é difícil de competir, a China tem hoje design próprio. Nosso desafio é formar pessoas capazes de pensar uma estratégia correta para essa disputa”, alerta a organizadora do Fashion Business.

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