Negócios

Concessionárias projetam queda mais branda das vendas de veículos em 2020

De acordo com a Fenabrave, o mercado tem se beneficiado da baixa taxa de juros e do recuo da inadimplência

Vendas de carros estão ganhando fôlego (Paulo Whitaker/Reuters)

Vendas de carros estão ganhando fôlego (Paulo Whitaker/Reuters)

JE

Juliana Estigarribia

Publicado em 2 de outubro de 2020 às 12h05.

As vendas de veículos continuam ganhando fôlego no mercado doméstico. Por este motivo, a Fenabrave, associação que reúne as concessionárias, revisou nesta sexta-feira, 02, a projeção de queda das vendas de automóveis e comerciais leves em 2020, de 37,1% na estimativa de julho para um recuo de 29,4% a partir de agora.

Em setembro, os emplacamentos de automóveis e comerciais leves subiram 14,5% sobre o mês anterior, para 198.792 unidades. O resultado foi comemorado pela rede de distribuição.

“O mês de setembro, como já era esperado, registrou o maior volume de emplacamentos de 2020. O mercado vem se recuperando visivelmente desde julho, impulsionado pela manutenção da taxa Selic em níveis baixos, queda de inadimplência e a consequente melhora na aprovação de crédito", disse Alarico Assumpção Junior, presidente da Fenabrave.

Segundo o dirigente, o estímulo no setor também está atrelado à decisão de um maior número de consumidores optando pelo transporte individual, com a compra de veículos novos.

A primeira estimativa do ano para os emplacamentos de caminhões era de um crescimento de 24% em 2020, passando para uma projeção de recuo de 18,6% em julho. A última revisão da Fenabrave aponta para uma queda menor no ano, de 14,9%. Para ônibus, a estimativa de retração foi reduzida para 33,1%.

No acumulado de janeiro a setembro, os emplacamentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus somaram 1,37 milhão de unidades, recuo de 32,2% sobre igual período do ano passado, resultado que evidencia a dificuldade de o setor compensar a queda brutal dos emplacamentos no início da pandemia.

A projeção das montadoras para 2020 é de uma queda de cerca de 40% das vendas, além de um corte expressivo da mão de obra.

Importados

Com a alta de quase 40% do dólar no ano, as vendas de veículos importados também sofreram. Segundo balanço divulgado pela Abeifa, associação que reúne os importadores, em setembro os licenciamentos tiveram alta de 4,8% em relação a agosto, para 2.703 unidades. Na comparação anual, porém, houve uma ligeira retração de 0,4%.

Com esse resultado, no acumulado dos primeiros nove meses do ano o segmento registrou queda de 20,8% sobre igual período de 2019, para 19.841 unidades.

Embora os números de setembro tenham sido um alento para os importadores, a Abeifa confirma sua última projeção de vendas de importados para o ano, de 28.500 unidades, queda de 15% na comparação com o resultado de 2019.

"Para nós, o importante é acompanhar essa tendência de alta do mercado”, diz João Henrique Oliveira, presidente da Abeifa.

O dirigente reforçou um pleito antigo dos importadores, de redução do imposto de importação para veículos importados, que hoje é de 35% no Brasil, alíquota máxima permitida pela Organização Mundial do Comércio (OMC). A Abeifa quer que o governo considere ao menos reduzir o imposto para 20%.

"Este é um governo que foi eleito com a pauta do liberalismo econômico. É preciso abrir o mercado para o comércio global, a taxação de veículos importados é quase proibitiva no Brasil", diz Oliveira.

Acompanhe tudo sobre:MontadorasCarros importadosFenabrave

Mais de Negócios

Depois da Shein, França denuncia seis sites por venda de itens ilícitos

Distribuidora de lubrificantes azeita expansão com sua nova sede no PR

Do Piauí ao mundo: Como um colégio de Teresina virou referência em aprovações no ITA e no exterior

Como uma marca de jeans saiu de US$ 100 mil para US$ 16 mi sem gastar com anúncios