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Concessionária de viaduto que caiu na Itália administra estradas no Brasil

No Brasil, a Atlantia integra, junto com o grupo Bertin, a joint venture AB Concessões S/A, com mais de 1.500 km de rodovias em SP e MG

Acidente: viaduto desabou parcialmente nesta terça-feira (14) em Gênova (Stringer/Reuters)

Acidente: viaduto desabou parcialmente nesta terça-feira (14) em Gênova (Stringer/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de agosto de 2018 às 16h35.

O grupo italiano Atlantia, que tem a concessão do viaduto que desabou parcialmente nesta terça-feira (14) em Gênova, têm interesses em Brasil, Chile e Espanha, e tem como acionista a tradicional família de industriais Benetton.

O Atlantia administra mais de 5.000 quilômetros de rodovias, sobretudo na Itália, onde é encarregado de 51% da rede do país, incluindo o eixo Milão-Bolonha-Florença-Roma-Nápoles, e também em países como Brasil, Chile, Índia e Polônia.

No Brasil, a empresa italiana integra, junto com o grupo Bertin, a joint venture AB Concessões S/A. Segundo o site do grupo, a AB Concessões S/A administra mais de 1.500 km de rodovias, sendo "responsável pelas concessionárias Triângulo do Sol (100%), Rodovias das Colinas (100%) e Rodovias do Tiête (50%), em São Paulo, e a Nascentes das Gerais (100%), em Minas Gerais".

Recentemente, o Atlantia se uniu ao germano-espanhol Hochtief-ACS para adquirir por 18,2 bilhões de euros a concorrente espanhola Abertis, que se apresenta como a primeira concessionária de rodovias com pedágio no mundo, com mais 8.600 quilômetros em 15 países.

O grupo ficará com 50% mais uma ação da companhia comum que controlará o Abertis.

A concessionária italiana, herdeira do grupo público Autostrade SpA, privatizado em 1999, faz parte do grupo Benetton, a famosa família de industriais italianos, que possui 30% de seu capital.

O Atlantia indica em seu site ter investido 11,4 bilhões de euros para melhorar a sua rede italiana desde 1997, no âmbito de um programa de obras de 24,4 bilhões de euros em 923 quilômetros de rodovias. Na informação fornecida, indica que espera o aval das autoridades para iniciar a circunvalação de Gênova.

O grupo italiano também se tornou, em março, o primeiro acionista do Getlink (ex-Eurotúnel), grupo que administra o túnel submarino que atravessa o Canal da Mancha, após comprar 15,49% de seu capital por 1,060 bilhão de euros.

A empresa também está presente no setor aéreo desde 2013 com os dois aeroportos de Roma, o de Fiumicino e o Ciampino, por onde passaram 47 milhões de passageiros em 2017.

O Atlantia alcançou no ano passado o lucro líquido de 1,170 bilhão de euros e um faturamento de 5,970 bilhões de euros, resultados que aumentaram respectivamente em 4,5% e 8,9% com relação ao ano anterior.

A capitalização do grupo, cuja ação chegou a cair até mais de 10% na Bolsa de Milão após o desabamento do viaduto em Gênova, se situava nos 20,5 bilhões de euros na segunda-feira à noite.

A ação fechou nesta terça-feira com um retrocesso de 5,39%, até os 23,45 euros, em um mercado italiano que encerrou com uma perda de 0,30%.

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