Negócios

Compras com cartões desaceleram, mas crescem 14,1% no 1º trimestre

De acordo com o presidente da Abecs, setor de cartões sentiu em março impacto da pandemia e deve ter deixado de transacionar cerca de R$ 20 bilhões

Cartões: no primeiro trimestre, o setor de cartões movimentou R$ 475,7 bilhões (Joe Raedle/Getty Images)

Cartões: no primeiro trimestre, o setor de cartões movimentou R$ 475,7 bilhões (Joe Raedle/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de maio de 2020 às 12h26.

Última atualização em 27 de maio de 2020 às 13h43.

O setor de cartões movimentou R$ 475,7 bilhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 14,1% maior que a vista um ano antes, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira, 27, pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).

O ritmo mostra uma desaceleração frente ao crescimento apresentado até então por conta das medidas de isolamento adotadas para conter a propagação do novo coronavírus no País.

"Estávamos crescendo em um ritmo de 19%. Com o fechamento de grande parte do comércio em meados de março, esse crescimento teve queda e reduzimos a um ritmo de 14,1%. Mesmo assim, com os reflexos vistos na economia, tivemos um crescimento muito robusto", avaliou o presidente da Abecs, Pedro Coutinho, em coletiva de imprensa, pela manhã.

Por modalidade, os brasileiros movimentaram R$ 297,7 bilhões com cartões de crédito, alta de 14,1%, R$ 170,8 bilhões com cartões de débito, aumento de 12,5%, e R$ 7,1 bilhões com cartões pré-pagos, salto de 78,9%. Em quantidade, o segmento registrou um total de 5,8 bilhões de transações com cartões no primeiro trimestre, avanço de 15,3% ante o mesmo período do ano passado.

De acordo com o presidente da Abecs, o setor de cartões sentiu em março o impacto da pandemia e deve ter deixado de transacionar cerca de R$ 20 bilhões. Com isso, o segmento movimentou R$ 148,6 bilhões, com alta de 3,4% em comparação com março de 2019. Trata-se do menor crescimento desde 2007, conforme a entidade.

Pesou, sobretudo, o impacto do setor nas capitais do País, que, em geral, iniciaram o processo de isolamento antes das demais cidades. O volume transacionado com cartões nessas metrópoles caiu, na média, 2,1% em março, enquanto no restante dos municípios houve crescimento médio de 8%, segundo a Abecs. Também influenciou a queda dos gastos dos brasileiros no exterior que, por outro lado, sofreu influência do aumento do dólar.

Por outro lado, a pandemia motivou novas tecnologias no setor. Os pagamentos digitais realizados por meio do e-commerce, aplicativos e outros tipos de transações remotas somaram R$ 86,7 bilhões no primeiro trimestre, com crescimento de 23,2% em um ano. Assim como o e-commerce, a compra por aproximação teve um salto de expansão de 456% no período, movimentando R$ 3,9 bilhões.

Projeções

A Abecs espera que o setor de meios de pagamentos no Brasil cresça entre 1% e 3% neste ano, totalizando R$ 1,9 trilhão. O crescimento, se confirmado, representará uma forte desaceleração frente ao ano passado, quando o segmento teve aumento de 18,7%.

De acordo com o presidente da Abecs, essa é uma primeira projeção e pode ser alterada em meio ao cenário econômico, impactado pela pandemia do novo coronavírus.

No primeiro trimestre, o setor de cartões movimentou R$ 475,7 bilhões, cifra 14,1% maior que o visto um ano antes.

Acompanhe tudo sobre:Cartões de créditocartoes-de-debito

Mais de Negócios

Peugeot: dinastia centenária de automóveis escolhe sucessor; saiba quem é

Imigrante polonês vai de 'quebrado' a bilionário nos EUA em 23 anos

As 15 cidades com mais bilionários no mundo — e uma delas é brasileira

A força do afroempreendedorismo