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Compra da Seara pela JBS deve girar até US$3 bi, diz fonte

As duas companhias convocaram jornalistas neste domingo para uma entrevista na manhã de segunda-feira, em São Paulo, na qual divulgarão os termos do acordo


	A operação com a Seara deverá marcar maior presença da JBS na área de aves e suínos no Brasil, segmentos em que a BRF detém liderança no mercado interno e na exportação
 (foto/Divulgação)

A operação com a Seara deverá marcar maior presença da JBS na área de aves e suínos no Brasil, segmentos em que a BRF detém liderança no mercado interno e na exportação (foto/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2013 às 07h09.

São Paulo - A JBS, maior empresa de carnes do mundo, comprará a Seara Brasil, divisão de aves, suínos e alimentos processados da Marfrig Alimentos, por até 3 bilhões de dólares, disse neste domingo uma fonte próxima das negociações.

Segundo a fonte, que pediu para não ser identificada, a JBS pagará parte do montante por meio da assunção de dívidas da Marfrig. Mas o negócio também deverá incluir pagamento em dinheiro.

A fonte disse ainda que os montantes envolvidos ficarão entre 2,5 bilhões e 3 bilhões de dólares, mas não detalhou quanto do valor negociado será dívida assumida pela JBS.

As duas companhias convocaram jornalistas neste domingo para uma entrevista na manhã de segunda-feira, em São Paulo, na qual divulgarão os termos do acordo. As assessorias de imprensa não forneceram mais informações sobre o negócio.

Está prevista ainda, para a manhã de segunda-feira, a publicação de um fato relevante ao mercado sobre o acordo. No sábado, uma fonte disse à Reuters que a JBS havia fechado a compra da Seara, mas que não quis dar mais detalhes sobre o negócio.

A operação com a Seara deverá marcar maior presença da JBS na área de aves e suínos no Brasil, segmentos em que a BRF detém liderança no mercado interno e na exportação.

Já a Marfrig, atualmente a segunda produtora de carnes de frango, suína e de boi, deverá sair fortalecida do negócio, na medida em que reduzirá a sua dívida, que somava ao final de março quase 13 bilhões de reais após uma série de aquisições nos últimos anos.


Anteriormente, executivos da Marfrig disseram que a meta da empresa era reduzir a dívida em até 2 bilhões de reais ao fim de 2013.

A receita da Seara Brasil subiu 48 por cento no primeiro trimestre, para 2,05 bilhões de reais, o equivalente a cerca de 30 por cento do faturamento total da Marfrig no período.

Os papéis da Marfrig vêm registrando perdas na Bovespa em meio à desconfiança de investidores quanto à capacidade da companhia de reduzir o alto endividamento.

Na divulgação mais recente dos resultados trimestrais, o presidente da Seara Brasil, Sérgio Rial, que está em fase de transição para assumir a presidência da Marfrig em 2014, disse que a companhia estava focando na redução de custos, fechando unidades e colocando alguns ativos à venda.

O presidente da JBS, Wesley Batista, disse recentemente que a companhia não teria interesse na compra de ativos separadamente, mas que poderia considerar uma aquisição se fosse colocado à venda um negócio como um todo.

Em meados de abril, o órgão antitruste brasileiro aprovou a aquisição do Bertin e mais 11 frigoríficos menores pela JBS, mas recomendou monitoramento das condições de mercado de bovinos.

Contudo, a operação com a Marfrig não deve enfrentar dificuldades no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), uma vez que envolve principalmente aves e suínos.

A JBS entrou no mercado de aves no Brasil em maio do ano passado, quando alugou os ativos da Frangosul, mas com vistas ao mercado externo. A companhia já atua no segmento de aves nos Estados Unidos com a Pilgrim's Pride.

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