Itaúsa: grupo faz parte do consórcio tido como favorito para comprar distribuidora de GLP (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Reuters
Publicado em 3 de setembro de 2019 às 16h18.
São Paulo —A Liquigás será vantajosa para acionistas da Itaúsa, disse nesta terça-feira, 3, Alfredo Setubal, diretor-presidente do grupo, que faz parte do consórcio tido como favorito para comprar a distribuidora de GLP colocada à venda pela Petrobras.
Sem confirmar valores, Setubal disse que a fase final do processo competitivo pela Liquigás, previsto para ser concluído nos próximos meses, faz parte de um cuidadoso plano da Itaúsa de expandir suas participações em empresas não financeiras.
"A Liquigás trará valor para os acionistas", disse Setubal durante encontro anual com investidores e analistas da Apimec, ao ser perguntado se os valores especulados pela mídia não seriam uma oferta exagerada pelo ativo.
A Reuters publicou no mês passado, citando fontes, que o consórcio liderado pela Itaúsa, junto com a distribuidora de GLP Copagaz, fez a maior oferta pela Liquigás, venda que a Petrobras prevê fechar até novembro.
A agência Bloomberg chegou a noticiar que a oferta do consórcio pela Liquigás é de 3,5 bilhões de reais.
Setubal disse ainda que o tamanho da participação do grupo no negócio, uma vez que a compra seja efetivada, dependerá do valor da transação. O executivo disse não ver sinergias potenciais do ativo com a NTS, rede de gasodutos da qual a Itaúsa comprou uma participação em 2017.
Além da Liquigás, a Itaúsa, holding controladora do Itaú Unibanco, tem estudos avançados sobre 15 ativos para possível compra de participação, disse Setubal.
Segundo ele, a análise faz parte do projeto de longo prazo de ter maior participação em empresas não financeiras. A Itaúsa detém participações relevantes na fabricante de calçados Alpargatas e na de produtos de construção civil Duratex.
"O ticket médio estimado para cada aquisição é de um bilhão de reais", disse Setubal, adicionando que a estratégia é buscar ativos bons geradores de dividendos, e que não há interesse em empresas que atuem em setores regulados pelo governo.
No entanto, disse ele, há interesse da Itaúsa em participar de processos de privatizações do governo. A holding já declarou interesse em comprar ativos do setor de energia.
O vice-presidente de finanças e risco do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, afirmou que o programa de desligamento voluntário (PDV) do banco teve adesão acima do esperado pela instituição. "Temos um conjunto de cerca de 7 mil funcionários elegíveis e o porcentual de adesão dentro desse universo está acima do esperado", disse ele, em reunião com analistas e investidores, nesta tarde de terça.
Maluhy não abriu, contudo, o número de adesões. O prazo que os funcionários do Itaú Unibanco tinham para se candidatarem ao PDV terminou no último sábado, dia 31 de agosto. Ao final de junho, o banco totalizava 98.446 colaboradores.