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Da Redação
Publicado em 23 de dezembro de 2011 às 14h29.
A aproximação entre o empresário Eike Batista e a Bradespar, braço de participações do Bradesco em empresas não-financeiras, é considerada pouco provável, segundo os analistas da corretora Link Investimentos, embora tais rumores não sejam novidade no mercado. A possível intenção de Eike na compra da Bradespar, que daria ao empresário acesso ao grupo que controla a Vale, foi noticiada pelo jornal Folha de S. Paulo no último sábado.
De acordo com a Link, a Bradespar vem administrando bem a mineradora, trazendo bons frutos ao Bradesco, tornando sua venda pouco vantajosa para o banco. Os analistas explicam também que Eike teria de desembolsar uma quantia superior a 10 bilhões de dólares para assumir o controle da Vale, que também entre seus controladores o BNDES, fundos de pensão e a japonesa Mitsui.
Eike recebeu 3,5 bilhões de dólares com a venda de parte de uma de suas empresas, a MMX, mas, até o momento, não vendeu participação em nenhuma de suas outras empresas, o que poderia ser necessário para a compra da Bradespar.
Sem haver ainda definição sobre a possível operação de compra da Bradespar por Eike, a corretora Link mantém sua recomendação de compra para as ações da Vale (VALE5) e da Bradespar (BRAP4).
O anúncio do interesse do empresário fez os papéis da Bradespar dispararem no pregão desta terça-feira (8). As ações da companhia fecharam o pregão em alta de 5,53%, a 30,75 reais, e os papéis da Vale encerraram em alta de 2,15%, negociados a 33,75 reais. O Ibovespa fechou o dia em alta de 2,12%, aos 57.854 pontos.
Aquisição
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Eike Batista visitou a sede do Bradesco, em Osasco (SP), em agosto, para entregar a Lázaro Brandão, presidente do conselho de administração do banco, uma proposta de compra da Bradespar.
Antes da oferta, Eike quis saber a opinião do presidente Lula e, segundo o jornal, teria recebido seu aval. O mesmo aconteceu com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e da Previ, Sérgio Rosa.
O controle da Vale é dividido entre a Bradespar (com 17,5% da Valepar, controladora da Vale. com 53% de seu capital votante), Litel (de fundos de pensão, liderados por Previ com 58%), BNDESPar (com 9,5%) e o grupo japonês Mitsui, com 15%.
O grupo Bradesco tem pouco mais de 25% do capital da Bradespar. Outros sócios são os bancos Espírito Santo, Geração Futuro e Credit Suisse Hedging Griffo (por meio de fundos de investimento) e a gestora americana BlackRock. Investidores menores têm 58%.