Inovação em Minas Gerais: com o programa Compete Minas, Governo do Estado busca fortalecer um conceito conhecido como tríplice hélice, modelo que promove a integração entre setor público, setor privado e instituições de pesquisa (Pollyana Ventura/Getty Images)
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Publicado em 23 de junho de 2025 às 09h41.
O Governo de Minas Gerais lançou a quarta chamada pública do programa Compete Minas, iniciativa voltada para o fomento de projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação no estado. Nesta nova etapa, serão disponibilizados R$ 50 milhões em subvenção econômica — recursos não reembolsáveis — para empresas, startups, cooperativas e instituições científicas sediadas no estado.
A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e representa um dos maiores investimentos em inovação em Minas.
Segundo o Governo do Estado, o objetivo é apoiar propostas que resultem em novos produtos, processos e serviços com potencial de fortalecer a competitividade de diferentes setores e gerar um impacto positivo na economia mineira.
"Os investimentos contribuem para impulsionar ainda mais a economia de Minas, com o incentivo à pesquisa e à inovação tecnológica. Na minha gestão, temos buscado eliminar as burocracias para a atração de novos empreendimentos e incentivado a expansão dos que aqui já se encontram. E com o Compete Minas, temos proporcionado esse fomento à competitividade das empresas", enfatizou o governador Romeu Zema.
O governo destaca que o Compete Minas elimina uma das principais barreiras para os novos negócios: o acesso a recursos. As empresas selecionadas não precisarão devolver o valor recebido, o que amplia o alcance do programa.
Desde a sua criação, em 2022, o Compete Minas já destinou cerca de R$ 68 milhões para quase 200 projetos em diferentes áreas. O programa é parte de um projeto maior, o Pacote de Inovação, que pretende investir R$ 1 bilhão até 2026 no ecossistema mineiro.
Segundo as autoridades, a meta é consolidar a região como o principal ambiente de inovação do país, atraindo talentos, estimulando novos negócios e tornando-se referência em soluções tecnológicas avançadas.
“O edital é inédito no Brasil, sendo o único entre as instituições de fomento à pesquisa que propõe a aproximação entre o setor produtivo e a ciência. E a novidade é que agora as micro e pequenas empresas podem participar com o apoio do Sebrae. Isso reflete a nossa intenção em estimular, cada vez mais, a aproximação entre setor produtivo e Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs), trazendo soluções competitivas para demandas reais de mercado”, explicou a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mila Corrêa da Costa.
O alto investimento em inovação tem levado Minas Gerais a destacar-se como um importante player global desse ecossistema. Um exemplo é a startup VMI Security, responsável por um sistema de raio X que usa inteligência artificial para detectar objetos em bagagens.
Criada em Lagoa Santa, na região metropolitana de Belo Horizonte, a empresa foi aprovada na primeira rodada do Compete Minas. O subsídio, que totalizou mais de R$ 992 mil, foi utilizado para o desenvolvimento do sistema, que pode ser utilizado em aeroportos e em controles de fronteira.
Atualmente, o produto da VMI está em fase de testes, e a empresa se prepara para iniciar a produção comercial.
Outro caso de sucesso é a UP Check, uma tecnologia antifraude voltada para o comércio eletrônico. O sistema foi desenvolvido por meio de uma parceria entre a Universidade Federal de Lavras (Ufla) de São Sebastião do Paraíso e a startup UP Vendas.
O projeto otimiza a análise cadastral em plataformas de vendas, aumentando a aprovação de usuários sem comprometer a segurança. A solução recebeu mais de R$ 392 mil durante a terceira rodada do Compete Minas, e a tecnologia já está sendo operada pela empresa.
A tecnologia, inclusive, levou a UP Vendas a ser uma das finalistas da segunda edição do Prêmio Impulsiona Startups, do Serasa Experian.
“Minas Gerais hoje é sinônimo de futuro. E esses cases refletem o impacto do programa ao promover oportunidades de crescimento para as empresas que, consequentemente, geram mais empregos qualificados no estado”, completou Mila Corrêa da Costa.
O Compete Minas busca fortalecer um conceito conhecido como tríplice hélice — modelo que promove a integração entre setor público, setor privado e instituições de pesquisa. O edital reúne linhas voltadas para empresas e para a realização de parcerias com universidades e centros de inovação.
O investimento quer ampliar a capacidade de pesquisa aplicada, contribuir para a geração de empregos qualificados e aumentar a competitividade regional em áreas estratégicas. Segundo o Governo de Minas Gerais, o programa também quer incentivar diferentes setores com soluções que contribuam para a diversificação da economia mineira e o fortalecimento da capacidade produtiva.
Para Carlos Arruda, presidente da Fapemig, o Compete Minas é uma oportunidade de reduzir a distância entre a produção do conhecimento e a inovação, por meio da atuação conjunta entre a academia, o Estado e o setor produtivo.
"Nós entendemos que fomento é muito mais que apoio financeiro. Com essa chamada, estamos investindo em relacionamento, para que possamos promover a troca de informações entre os entes da cadeia e pensar em soluções que impactem a sociedade", afirma Carlos Arruda.
As inscrições para a quarta rodada do Compete Minas vão até 9 de julho. O processo seletivo será conduzido com base em critérios técnicos, levando em conta o potencial inovador do projeto, o impacto socioeconômico e a viabilidade das propostas. O edital completo da Chamada 08/2025 está disponível no site da Fapemig.