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Companhias aéreas voltam a fazer hedge contra alta do petróleo

As aéreas voltam ao mercado com o término dos hedges posicionados antes pandemia, justo quando a capacidade aumenta novamente e os preços dos combustíveis sobem para perto do nível mais alto em sete anos

 (Pixabay/Reprodução)

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Bloomberg

Publicado em 5 de novembro de 2021 às 15h49.

Por Alex Longley e Devika Krishna Kumar, da Bloomberg

Depois de perder recentemente bilhões de dólares com hedges contra a alta do petróleo por causa da covid, muitas das companhias aéreas mundiais voltam a buscar proteção para o aumento dos custos dos combustíveis.

Operadoras europeias como Lufthansa, Air France-KLM e Ryanair disseram nos últimos dias que fixaram pelo menos metade das despesas com combustível para alguns períodos de 2022. Aéreas de outras regiões, como Southwest Airlines, Alaska Air e Turkish Airlines, aumentaram suas posições de hedge nos últimos meses.

Nem todas as empresas do setor aéreo se protegem contra a alta dos preços do petróleo, mas aquelas que o fizeram acumularam perdas de quase US$ 5 bilhões em um estágio da pandemia porque efetivamente compraram milhões de toneladas de combustível de que não precisavam. A volta do hedge sinaliza confiança sobre a demanda futura por viagens. Para o mercado de petróleo, também significa que um grande consumidor retornou para comprar mais barris no futuro.

“Continuamos a ver oportunidades significativas para comprar combustível”, disse Michael O’Leary, CEO da Ryanair, em teleconferência com analistas.

As aéreas voltam ao mercado com o término dos hedges posicionados antes pandemia, justo quando a capacidade aumenta novamente e os preços dos combustíveis sobem para perto do nível mais alto em sete anos.

Ainda assim, a maneira como fazem o hedge mudou em comparação com a era pré-Covid. Se antes se desfaziam de opções de venda para baratear o custo dos hedges, agora preferem swaps que oferecem uma exposição menos arriscada às oscilações de preço.

Além disso, embora a capacidade de companhias aéreas ainda esteja baixa, as empresas também estão protegendo uma menor parcela das despesas com combustível. Isso significa que estão menos protegidas contra um aumento dos preços, mas igualmente correm um risco menor de outra implosão de demanda. Os hedges também tendem a ser de prazo mais curto do que antes.

Incerteza

Algumas ainda relutam em retornar a um mercado que resultou em perdas no passado. Um trader de uma grande companhia aérea dos Estados Unidos disse que sua empresa tem pouco interesse em fixar os preços nos níveis atuais. A operadora europeia de baixo custo Wizz Air deixou de fazer hedge no início deste ano, mas respondeu a várias perguntas de analistas em sua teleconferência de resultados esta semana sobre se era prudente fazê-lo em meio à valorização dos preços do petróleo.

“A empresa perdeu muito dinheiro com hedge de combustível” no passado, disse o diretor financeiro, Jourik Hooghe. “Ainda não sabemos, vamos ver como os atores vão se comportar no futuro.”

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