O setor de aviação passa por uma nova crise com a segunda onda de contaminação da covid-19 (Kham/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 18 de janeiro de 2021 às 06h52.
As companhias aéreas do mundo precisam de US$ 70 bilhões a US$ 80 bilhões em apoio governamental para superar a crise causada pela pandemia do coronavírus. Essa é a estimativa da International Air Transport Association (Iata), associação comercial das companhias aéreas do mundo.
O diretor-geral da Iata, Alexandre de Juniac, disse, em entrevista à rede britânica BBC, que esses recursos se somariam aos US$ 170 bilhões que as aéreas já receberam em ajuda financeira. Esse apoio extra ajudaria a “cobrir o buraco” até junho, quando começa o verão no Hemisfério Norte. A expectativa é que, então, com a vacinação mais adiantada, as restrições a viagens sejam relaxadas.
O setor de aviação passa por uma nova crise com a segunda onda de contaminação da Covid-19. Na semana passada, o Reino Unido e a Itália proibiram voos vindo do Brasil, entre outros países, devido à descoberta de uma nova variante em Manaus, que sofre com falta de oxigênio nos hospitais.
De acordo com dados da Iata, a demanda global por voos caiu cerca de 60% no ano passado. Em 2020, foram 1,8 bilhão de passageiros em vez dos 4,5 bilhões em 2019. Com o recuo, as companhias aéreas estimam já ter perdido US$ 118 bilhões.
Segundo Juniac, nem todas as empresas foram capazes de suportar essas perdas. Ele disse que entre 35 e 40 companhias aéreas já encerraram suas atividades. Muitas delas são transportadoras regionais menores, como a britânica Flybe, que entrou em processo de falência no início da pandemia. Na sexta-feira, a aérea de baixo custo Norwegian anunciou o fim de seus voos de longa distância.
Empresas maiores, como a Thai Airways e a South African Airways, têm sobrevivido graças ao socorro de governos e programas de apoio.
Junia espera mais falências este ano. As vacinas contra a Covid-19 são vistas pelo setor aéreo como essenciais para a recuperação econômica.