EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2011 às 00h12.
São Paulo – Quem viaja de avião está acostumado com as alianças entre as empresas aéreas, que permitem o acúmulo de milhas nas companhias participantes, entre outros benefícios, formando uma ampla rede de destinos. Com um conceito semelhante, a Global Hotel Alliance (GHA) quer expandir seus negócios no Brasil. “Começamos com foco nos Estados Unidos e Europa, que são mercados altamente rentáveis, depois passamos a explorar os países do BRIC. Agora vamos partir para Argentina e Chile”, disse a EXAME.com o inglês Chris Hartley, presidente da aliança.
Nesta sexta-feira (28/7), 14 presidentes dos 300 hotéis membros da aliança se encontram no Tivoli, em São Paulo, para discutir as estratégias de crescimento no Brasil, novos produtos, serviços e escritórios ao redor do mundo. A rede portuguesa, aliás, foi a primeira a ingressar na aliança, no ano passado.
A GHA surgiu em 2006 com o intuito de proporcionar mais competitividade à redes globais de hotéis premium e luxo. “São marcas tradicionais, mas não tão grandes. Em muitos casos são familiares, sem a pretensão de ser como Grand Hyatt, Intercontinental, Hilton e também não querem ser vendidos. A maneira para dar mais competitividade a esses hotéis foi a aliança”, explica Chris, que comanda uma equipe de apenas 20 pessoas na aliança.
As redes participantes, com diárias médias entre 360 e 4.500 reais, somam 650.000 quartos em 51 países. Entre eles há a chinesa Marco Polo, a americana Omni, a alemã Kempinski e a italiana Lungarno, que se juntou à aliança em 15 de julho, para conseguir aproveitar a quantidade de turistas brasileiros por meio do Tivoli.
Mercado brasileiro – A estável economia brasileira, que recebe um número crescente de viajantes tanto a turismo como a negócios, e a proximidade da Copa do Mundo de 2014 e dos jogos olímpicos de 2016 fazem com que o país seja um dos mercados prioritários para a aliança. No primeiro trimestre do ano, os hotéis da GHA registraram um aumento de 75% no número de reserva de brasileiros em comparação com o mesmo período de 2010.
“Porém, não há mais parcerias em vista no Brasil”, diz Chris. “Aqui é um mercado que não tem tantas redes premium ou de luxo, fora os grande grupos globais. O que pode acontecer no futuro é que algumas redes locais se juntem e aí nós passaríamos a geri-las. Por enquanto, não fazemos parcerias com hotéis individuais.”
Segundo ele, entre os presidentes das redes hoteleiras que chegam ao Brasil, muitos têm interesse em trazer suas marcas para cá. “Acho difícil que alguma rede invista diretamente no Brasil. O setor não faz mais isso”, diz. “O que pode acontecer é uma parceria com construtores locais para depois a marca chegar ao mercado.”
Investimentos – Cada rede de hotéis paga uma taxa de adesão (valor não revelado) e investe anualmente algo entre 500.000 e 1 milhão de dólares. Com o total de 300 redes, estima-se que o valor possa chegar a 300 milhões de dólares. O montante é distribuído para todas as redes participantes para melhoria de serviços.
“Numa aliança, conseguimos diminuir custos com tecnologia e todo o tipo de equipamento necessário para os hotéis”, explica Chris. Na prática a GHA tem o argumento de ter um alcance maior e pode comprar “no atacado” por um preço mais baixo. “Negociamos também com agências de viagem online para ter preços mais acessíveis.” Agora é esperar para ver se tanto luxo vai ficar mais ao alcance da população ou vai continuar restrito a uma pequena parcela.