Executivos à frente da iFriend: empresa oferece guias que falam português em 132 países (iFriend/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 13 de julho de 2023 às 18h17.
Última atualização em 13 de julho de 2023 às 18h34.
Conectar turistas a guias locais no exterior — principalmente os que falam português — é o objetivo da iFriend, startup carioca nascida em 2017. O negócio se estruturou durante a Copa do Mundo na Rússia, captou os primeiros recursos em 2019 e atravessou a pandemia com ajuda de mais aportes. Agora, em uma rodada que envolveu um crowdfunding pela Captable e uma venture capital internacional, levantou novos R$ 2,34 milhões.
Esse montante vai ajudar a empresa a se estruturar com novas tecnologias e pessoas e a ampliar o marketing. O momento é propício, porque a startup fechou, recentemente, uma sociedade com a Befly (dona da Flytur, uma das maiores redes de agências de turismo do país) que promete alavancar suas vendas.
“Essa parceria tem uma diretriz que diz que, para a Befly chegar a 20% de participação da iFriend, precisa vender 70 milhões de experiências ou passeios com guias pela nossa plataforma”, afirma Leonardo Brito, cofundador e CEO da startup. “E eles já estão fazendo movimentos para atingir este objetivo”.
Com essa parceria e a retomada do turismo depois de dois anos de restrições pela pandemia, a iFriend está apostando grande. Querem fechar 2023 com um faturamento de R$ 8,2 milhões. Até agora, já faturaram R$ 2,8 milhões (mais do que o total de 2022). Mas o desafio é triplicar a receita nos próximos meses.
Para 2024, pretendem faturar R$ 26,9 milhões. São números altos para quem terminou 2020 com um faturamento de R$ 140 mil, uma queda de 77% em relação a 2019.
“A pandemia foi a bomba atômica no setor de turismo”, afirma Brito. “Conseguimos passar por ela porque recebemos uma rodada de investimento um mês antes da crise estourar, e outra em abril de 2021, no auge de um segundo surto de covid-19”.
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A iFriend conecta turistas a guias de turismo profissionais ou moradores locais que têm experiências para oferecer aos visitantes. Alguém que está indo para Grécia, por exemplo, pode entrar na plataforma e encontrar guias turísticos que falem português ou brasileiros que moram no país e contratá-los para conhecer a região “como um local”.
“Hoje temos guias em 132 países”, diz Brito. “Temos a maior base de guias em língua portuguesa no mundo, são 6.951 cadastrados”.
De todos os países em que vendem, 50% das vendas são para a Europa. A França é o país mais procurado, seguido de Israel, Itália, Grécia e Brasil. Além disso, como uma estratégia para ampliar a receita, passou a vender também os ingressos para atrações e pacotes fechados de experiências turísticas. Assim, é possível comprar de tours gastronômicos a passeios de bicicleta. Esse braço do negócio já corresponde a 40% do faturamento.
Recentemente, a startup mudou a maneira como fatura. Antes, cobrava cerca de 25% sobre o preço estipulado pelos guias na hora de oferecerem seus serviços. Isso retirava do prestador de serviço uma porcentagem de seus ganhos. Agora, a porcentagem que fica para a empresa é cobrada em cima do preço solicitado pelo guia e não necessariamente é de 25%. Assim, o profissional recebe quanto acha que merece receber.
“Chamamos de preço dinâmico”, diz o CIO Diogo Leão. “Conseguimos analisar a demanda, onde está mais aquecida, onde está menos, e cobrar taxas diferentes para cada caso. Isso também tem ajudado no crescimento do faturamento”.
Essa nova rodada de investimento foi dividida em duas fases. Uma delas aconteceu por captação via oferta pública na Captable, uma das principais plataformas para investimentos em startups. Por ela, a iFriend conseguiu levantar R$ 1,84 milhão. Os outros R$ 500 mil foram um aporte da venture capital Wintech Ventures.
Além disso, a sociedade com a Befly prevê a entrada de outros R$ 7,7 milhões ao longo de três anos.