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Como sapatilhas ajudaram a Azul a melhorar sua pontualidade

Uma alteração simples, mas que fez uma mudança enorme, foi a mudança no padrão de calçados para as comissárias de bordo

A Azul opera cerca de 780 voos diários para 107 destinos (Azul/Divulgação)

A Azul opera cerca de 780 voos diários para 107 destinos (Azul/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 20 de julho de 2018 às 08h00.

Última atualização em 20 de julho de 2018 às 11h23.

São Paulo – A Azul foi uma das companhias aéreas com o menor índice de atrasos na América Latina, durante o primeiro semestre de 2018. De acordo com a FlightStats, instituição independente de monitoramento de companhias aéreas, 89,23% das decolagens saíram no horário certo, com até 15 minutos de atraso. Já nas aterrissagens, a pontualidade é de 87,02%, com até 15 minutos de diferença.

Ela já tinha sido a aérea com o menor índice de atrasos em 2017, de acordo com a mesma pesquisa. Para o presidente da Azul, John Rodgerson, o resultado alcançado reforça o compromisso da Azul de oferecer a seus Clientes um produto de qualidade e pontual.

A Azul opera cerca de 780 voos diários para 107 destinos, no Brasil e em Miami, nos Estados Unidos.

A pontualidade é uma das cinco métricas usadas pela empresa toda para se guiar, diz Alex Malfitani, vice-presidente financeiro. Toda a diretoria recebe um e-mail quando um voo atrasa - funciona como um lembrete da importância dessa métrica, afirma ele.

No entanto, há dois anos a aérea passou a ter um foco ainda maior na questão. “É como um pit stop em uma corrida de Fórmula 1. Há vários fatores responsáveis pelo atraso ou pontualidade”, diz o executivo.

Uma alteração simples, mas que fez uma mudança enorme, foi a mudança no padrão de calçados para as comissárias de bordo.

Enquanto para circular nos aeroportos o padrão era usar um sapato de salto, nas aeronaves o uniforme é uma sapatilha baixa. Então, quando os tripulantes precisam trocar de aeronave entre os voos, as comissárias perdiam certo tempo trocando de sapato.

Agora a regra é usar apenas sapatilhas. "Para o passageiro, o importante é que o voo esteja no horário, não que sapato as comissárias estão vestindo", afirma Malfitani. Só essa mudança pequena já corta 2 a 3 minutos do tempo de mudança entre aeronaves, o que pode ser crítico.

Outra mudança foi um esforço maior na primeira operação do dia em um aeroporto. A empresa percebeu que, quando o primeiro voo do dia sai no horário, a probabilidade das outras viagens serem pontuais é maior. O contrário também é verdadeiro: quando o primeiro avião do dia tem problemas, isso se reflete no restante das decolagens e aterrissagens.

Como o intervalo para pouso e decolagem, manobra em solo e operação de malas é curto, uma pequena alteração nos horários pode virar uma bola de neve. Então, esse primeiro voo passou a ser o mais importante para a empresa. Na escala de voos dos tripulantes, esse horário está destacado.

A empresa ainda criou uma diretoria específica para o aeroporto de Campinas, de onde sai a maioria dos voos da empresa.

A companhia já tinha um diretor de aeroportos que cuida dos mais de 100 destinos atendidos, mas que é responsável apenas pelo que toca o passageiro, como check-in, embarque e desembarque. No entanto, áreas como a manutenção das aeronaves, tripulação e infraestrutura estão fora da alçada da diretora de aeroportos.

No caso do diretor específico para Campinas, ele supervisiona toda a operação. Assim, consegue identificar os problemas e tem autoridade para corrigi-los. Como o hub de Campinas é o maior para a companhia, uma mudança em um procedimento no aeroporto pode ser reproduzida em toda a malha da empresa.

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