Os três fundadores da Norte: meta de lançar um novo negócio por ano (Divulgação/Divulgação)
Diretor de redação da Exame
Publicado em 18 de junho de 2025 às 17h26.
Última atualização em 18 de junho de 2025 às 17h41.
Até as pedras portuguesas do calçadão de Copacabana sabem que o mercado de influencers de corrida está em ebulição. Outro fenômeno é o da suplementação esportiva: das ruas aos escritórios, os shakes estão em todo lugar.
Uma startup criada por quatro jovens com idades entre 20 e 23 anos decidiu juntar essas duas paixões nacionais para criar um negócio que prevê faturar R$ 80 milhões em 2025. Trata-se da Guday, criada pela influenciadora fitness Manu Cit e pelos empreendedores Enzo Moreira, Gabriel Delgado e João Leão.A Guday inovou no mercado de suplementação esportiva ao lançar uma marca de jujubas funcionais – balinhas que ajudam a complementar as necessidades alimentares de atletas amadores. Elas têm ingredientes como creatina e melatonina, que ajudam no condicionamento físico ou no equilíbrio do sono. No futuro, podem ter outros componentes, por exemplo, o colágeno. Tão simples de comer como uma balinha de ursinho.
O negócio deu tão certo que, depois de faturar R$ 11 milhões em 2024, caminha para faturar R$ 80 milhões em 2025. A velocidade se deve a um produto inovador, mas fácil de ser fabricado, com a força de marketing de Manu Cit, com mais de 3 milhões de seguidores em suas redes.
A ideia chamou a atenção da Rebels, um fundo de venture capital lançado há dois meses por Rony Meisler, fundador da grife Reserva. Na semana passada, a Rebels ficou sócia da Norte Media, empresa por trás da Guday. A ideia de Enzo, Gabriel e João é criar um novo negócio por ano, sempre em parceria com influenciadores.
A ampla rede de contatos de empreendedores digitais como Manu são canais de distribuição que permitem escalar rapidamente novos negócios. É o que acontece nos Estados Unidos há anos, com fenômenos como o isotônico Prime, do influenciador Logan Paul, que em poucos meses já incomoda o Gatorade.
No Brasil, influenciadoras como Virgínia Fonseca e Camila Coutinho criaram marcas de beleza que batem de frente com multinacionais consolidadas.
“Vimos que tinha espaço para criar marcas para a nova geração”, diz Enzo Moreira. “Nossa estratégia é ter uma nova marca ligada ao bem-estar por ano, sempre buscando mais sinergia que retrabalho”.
O mercado global de bem-estar já fatura US$ 6 trilhões, com potencial de chegar a US$ 9 trilhões até 2028, segundo a consultoria Global Wellness Institute. A conta inclui de alimentação saudável a medicina preventiva.“É um mercado gigante e com demanda reprimida no Brasil. As prateleiras não têm mais de três opções. Lá fora, são dezenas”, diz Rony Meisler. “É a mesma falta de opções que eu via no mercado de moda masculina quando decidi criar a Reserva”.
Seis meses depois de deixar o grupo de moda Azzas2154, o atual dono da Reserva, Meisler conheceu a Guday por recomendação da nutricionista. Estava justamente em busca de boas opções de investimento que se adaptassem à quarentena de dois anos sem poder investir no mercado de atuação da Azzas2154.
“Avaliei, junto com meus sócios, que éramos bons em criar negócios com propósito, criação de comunidade e escala”, diz Meisler. “Podemos ajudar empreendedores a construir juntos máquinas de vendas em diversas frentes”.
A Guday vende por canais digitais, incluindo o Tiktok, mas está presente também no varejo físico, em lugares como a rede Raia Drogasil. Um próximo passo é a internacionalização, graças a parcerias como uma fechada recentemente com a marca de açaí Oakberry.
Lá fora, a disputa será mais acirrada, com outras empresas que também estão inovando na oferta de alimentos funcionais. Os jovens da Norte Media acreditam estar no caminho certo, uma jujuba por vez.