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Como o Netflix baterá a marca de US$ 100 milhões de lucro

Analistas esperam que a empresa reporte esses números no balanço anual de 2013. O segredo: fazer tudo diferente de Hollywood


	O ator Kevin Spacey em "House of Cards": série ajudou Netflix a estourar número de assinantes e a conquistar indicações ao Emmy e ao Globo de Ouro
 (Divulgação/Netflix)

O ator Kevin Spacey em "House of Cards": série ajudou Netflix a estourar número de assinantes e a conquistar indicações ao Emmy e ao Globo de Ouro (Divulgação/Netflix)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2014 às 12h39.

São Paulo – É esperado que, no balanço do ano de 2013, o Netflix atinja lucros de 100 milhões de dólares. Hoje, é o maior serviço de TV por internet do mundo, com 40 milhões de assinantes em mais de 40 países, e espera pelo menos dobrar este número em 2014.

É um longo caminho desde 1997, quando a companhia foi fundada como um serviço de entrega de DVDs a domicílio. Em 2007, o Netflix foi uma das primeiras empresas a fornecer o serviço de streaming, ou transmissão instantânea, pela internet.

O número de assinantes só crescia ano a ano, e o serviço de internet se espalhou pelo mundo. Mas o verdadeiro salto ocorreu em 2013, quando a companhia se aventurou pela primeira vez na produção de conteúdo.

Para isso, agiu como os grandes estúdios de Hollywood: contratou Kevin Spacey, um ganhador de Oscar, um grande time de escritores e não poupou recursos para sua superprodução: 100 milhões de dólares por duas temporadas de uma nova série.

Assim nasceu “House of Cards”, que levou três Emmys para casa e ajudou o Netflix a conseguir 10 milhões de assinantes em 10 meses, atingindo a marca dos 40 milhões em outubro de 2013. Mas as semelhanças com os estúdios de Hollywood param por aqui.

Diferenças

O Netflix revolucionou a produção de séries de TV fazendo o exato oposto do que fazem os estúdios tradicionais. Para começar, o Netflix não interfere no conteúdo das séries. Se eles recebem um roteiro e o acham bom, vão direto para a etapa de produção, pulando o tradicional – e longo – processo de desenvolvimento, em que a série tem de se adaptar aos desejos do estúdio. O resultado: séries realmente originais.

Depois, enquanto os canais de TV mantêm a audiência cativa lançando um episódio por semana e com pausa no meio das temporadas, o Netflix deixa todos os capítulos disponíveis de uma só vez. Quem manda são os espectadores, e eles assistem quando e o quanto quiserem.

Finalmente, diferentemente dos grandes estúdios, que medem seu sucesso pela quantidade de pessoas que assistiram a cada episódio ou filme em determinado período, o Netflix se recusa a divulgar seus dados sobre audiência. Desse modo, eles podem dizer qual foi a série ou o filme que foi mais assistido, e o mercado não pode contestar.

Depois de “House of Cards”, outras séries de sucesso como “Orange is the New Black” e “Arrested Developement” ajudaram o Netflix a ter o tamanho que tem hoje. Ted Sarandos, o chefe de conteúdo da companhia, planeja dobrar o orçamento para produção de conteúdo em 2014.

Sua meta é chegar a entre 60 e 90 milhões de assinantes só nos Estados Unidos – o número hoje está perto dos 30 milhões. Para isso, analistas estimam que ele precisará de pelo menos 30 produções originais para alavancar a audiência. É uma ambição que o serviço de streaming indicado a seis Globos de Ouro pode ousar ter.

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