Negócios

Como o Itaú cortou tempo e custo do treinamento de seus gerentes

Para melhorar a agilidade dos treinamentos, bem como seu custo, o banco apostou em óculos de realidade virtual

Gear VR: dispositivo de realidade virtual da Samsung vem como brinde na compra do smartphone Galaxy S7 (Samsung/Divulgação)

Gear VR: dispositivo de realidade virtual da Samsung vem como brinde na compra do smartphone Galaxy S7 (Samsung/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 23 de julho de 2018 às 08h00.

Última atualização em 23 de julho de 2018 às 08h01.

São Paulo – No Itaú Unibanco, os clientes já estão imersos no mundo digital. A empresa também desenvolveu agências digitais e aplicativos, para resolver grande parte das pendências sem ir fisicamente ao banco. No entanto, o treinamento ainda era feito de modo tradicional, com treinamentos presenciais em sala de aula. Para melhorar a agilidade dos treinamentos, bem como seu custo, o banco apostou em óculos de realidade virtual.

O cliente do banco está mudando, diz Felipe Wey, diretor de Itaú Personnalité. Estão mais digitais, informados e querem conversar com o banco na hora que for mais conveniente – por vezes, fora do horário bancário das 10h às 16h.

Ao mesmo tempo, cada vez mais surgiam novas formas de investimentos. Em 2017, o Itaú passou a ofertar aplicações de outras instituições, até da concorrência. Era, então, imprescindível que os funcionários seguissem o mesmo ritmo. No entanto, “todo o banco foi para o celular, mas não o treinamento dos funcionários”, afirma Wey.

Em novembro do ano passado, o banco passou a desenvolver um treinamento mais parecido com o que os clientes esperavam: digital, rápido e ágil. A resposta foi usar óculos de realidade virtual. As primeiras turmas receberam o curso em realidade virtual em janeiro e, em março, a primeira fase já havia terminado.

Inicialmente, o curso está voltado apenas para a área de investimentos do Itaú Personnalté, que atende clientes de maior renda. O plano é expandir para outros segmentos do banco em breve.  “O tema é complexo e os clientes estão bem preparados. Então precisamos dar mais conhecimento aos nossos gerentes”, afirma o diretor.

Ao invés de um treinamento presencial, os funcionários assistem a um vídeo interativo em realidade virtual. O tempo diminui de uma hora para apenas 15 minutos.

Também é mais fácil levar o curso a todas as mais de 200 agências Personnalité do banco – no total, o Itaú tem 5 mil agências, no Brasil e no exterior. Não há necessidade de deslocar toda a equipe de treinamento. Quem vai de um lugar ao outro, e leva consigo os óculos de realidade virtual, é um gerente modelo. São 15 gerentes escolhidos para vir uma vez por mês a São Paulo e passar a todos os outros as novidades e diretrizes do banco.

Assim, o custo de um treinamento também cai em 85%. No futuro, a ideia é que cada agência já tenha seu equipamento de realidade virtual e precise apenas fazer o download do novo curso.

Outra vantagem é que, ao interagir primeiro com um cliente pela plataforma de realidade virtual, há menos risco de errar com um cliente real.

Antes, alguns treinamentos pediam que os próprios funcionários desempenhassem o papel de um cliente. No entanto, ninguém fez curso de teatro aqui e as pessoas eram muito tímidas, afirma equipe de treinamentos. Com o treinamento em vídeo, não há esse problema – todas as interações são virtuais.

O uso de tecnologia também atrai os próprios funcionários do banco, diz Wey. Muitos dos gerentes são jovens e, em sala de aula, se dispersam. Com a realidade virtual, em 15 minutos conseguem absorver e reter um conceito novo, segundo o diretor.

Acompanhe tudo sobre:ItaúGestão de pessoasTreinamento

Mais de Negócios

Floripa é um destino global de nômades digitais — e já tem até 'concierge' para gringos

Por que essa empresa brasileira vê potencial para crescer na Flórida?

Quais são as 10 maiores empresas do Rio Grande do Sul? Veja quanto elas faturam

‘Brasil pode ganhar mais relevância global com divisão da Kraft Heinz’, diz presidente