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Como Medina criou o Rock in Rio com a força de Frank Sinatra

13ª edição do evento começa hoje e deve movimentar R$ 110 milhões. Conheça mais sobre o empresário que está por trás do maior festival de música do mundo

Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio: evento deste ano é o mais caro realizado pelo empresário (Eduardo Monteiro/EXAME)

Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio: evento deste ano é o mais caro realizado pelo empresário (Eduardo Monteiro/EXAME)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 13 de setembro de 2013 às 06h24.

São Paulo – A 13ª edição do Rock in Rio começa nesta sexta-feira 13, na Cidade do Rock, no Rio de Janeiro. Embora o algarismo seja considerado de azar por muitos, para Roberto Medida, idealizador do maior festival de música do mundo, o evento deve trazer muita sorte e, em sete dias de shows, gerar receita milionária.

O Rock in Rio 2013 já é um sucesso. Prova disso foi a venda de quase meio milhão de ingressos em apenas 4 horas e mais de 2 milhões de acessos no site de gente tentando garantir seu passaporte ao festival. A primeira edição do evento aconteceu em 1985, também no Rio, e teve público de mais de 1,3 milhão de pessoas. Ainda que a adesão tenha sido recorde para um show naquela época,Medina saiu no prejuízo e precisou tirar dinheiro do próprio bolso para zerar as contas da primeira edição.

O empresário, que poderia naquele ano mesmo ter desistido de promover o festival, não se abalou e continuou a persistir no projeto que começou a ser desenhado no início da década de 80. Em constantes entrevistas à imprensa, Medina sempre gosta de enfatizar que o primeiro Rock in Rio só foi possível com a ajuda de Sinatra. Sim, Frank Sinatra, o  falecido cantor e ator americano, que passa muito longe do perfil de roqueiro.

Naquela época, as bandas internacionais torciam o nariz para o Brasil. Os empresários brasileiros desse mercado tinham fama de não cumprir os acordos comerciais dos contratos e cancelar shows em cima da hora. A sorte de Medina é que, em 1980, ele conseguiu promover um show histórico de Frank Sinatra no Maracanã, que chegou a reunir 175.000 pessoas e entrar para o livro dos recordes. O empresário ganhou moral com o astro americano e, a partir daí, começa de fato a história do Rock in Rio.

Padrinho de peso

Depois de tentar fechar contratos com 70 bandas e ouvir 70 nãos, Medina apelou para o amigo Sinatra. Ligou para o cantor e contou detalhes do seu projeto. Sem cobrar nada por isso, o cantor participou de uma coletiva para promover o evento e as bandas começaram a ver com outros olhos o Rock in Rio. Ozzy Osbourne e a banda Queen foram os primeiros a acertar sua participação no evento. 


Há rumores de que muitos dos artistas que se apresentaram no primeiro festival toparam participar por um cachê bem menor do que o usualmente era cobrado naquela época. Medina não confirma, muito menos os artistas, mas Sinatra pode ser considerado, sem sombra de dúvidas, o anjo da guarda do empresário e quem sabe o verdadeiro patrono do Rock in Rio.

Nizan Guanaes, atual dono do grupo ABC, também pode ser considerado outra figura importante para a realização do primeiro Rock in Rio. Naquela época, o publicitário estava iniciando sua carreira e trabalhava na agência de Medina Foi dele a ideia de apresentar o evento para possíveis patrocinadores, como a possibilidade de exposição de marca – algo raro naqueles tempos.  A sugestão deu certo e somente a Brahma, que na época queria relacionar a marca ao público jovem, chegou a investir cerca de 20 milhões de dólares no evento.  

Na edição desse ano, somente em patrocínio, licenciamento e direito de transmissão, o festival deve movimentar 110 milhões de reais, isso sem considerar a venda dos ingressos, considerado outro departamento. Neste ano, 600 produtos serão licenciados com a marca Rock in Rio – o número é 70% maior na comparação com a edição anterior e as vendas desses produtos devem movimentar 4 bilhões de reais, segundo afirmou o próprio Medina em recente entrevista à revista EXAME.

Uma década depois

Em 2011, após dez anos afastado do Brasil, por conta da valorização do dólar frente ao real e da inviabilidade financeira de trazer bandas internacionais para tocarem aqui, o Rock in Rio retornou em grande estilo ao país. Na última edição, foram quase 100 horas de festival ao longo de sete dias de evento e um público de 700.000 pessoas.

Além do Brasil, o evento também acontece em Portugal e Espanha a cada dois anos. Medina faz planos também de levar o festival a outras partes do mundo e já chegou a cogitar  que, em 2015, o evento pode acontecer nos Estados Unidos para comemorar os 30 anos de história da marca.

O Rock in Rio 2013 é considerado o mais caro de todas as edições, com investimentos de mais de 65 milhões de dólares. A partir de hoje, até o próximo até o próximo dia 22, 140 bandas vão se apresentar na Cidade do Rock. Entre as atrações principais estão Bruce Springsteen, Beyoncé e Justin Timberlake. Medina deve acompanhar algumas delas de perto, já que além do idealizador do evento é fã como qualquer outra pessoa. 

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