Mukesh Ambani, dono da Reliance: bilionário é alvo indireto da ofensiva americana contra Nova Délhi (Simon Dawson/Bloomberg)
Redatora
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 07h59.
Mukesh Ambani, o homem mais rico da Índia e dono da Reliance Industries, tornou-se o alvo indireto da ofensiva comercial do presidente americano Donald Trump.
O bilionário, que em janeiro aparecia em fotos sorrindo ao lado do presidente dos EUA em Washington, agora é apontado como beneficiário do petróleo russo e de ser um “efeito colateral” da escalada tarifária contra Nova Délhi, segundo a Bloomberg.
Na tentativa de reduzir o déficit comercial e pressionar Vladimir Putin a negociar o fim da guerra na Ucrânia, Trump exige que a Índia interrompa as compras de barris russos.
Seu assessor de comércio, Peter Navarro, e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, foram além, criticando “titãs de energia politicamente conectados” e apontando supostos “lucros excessivos” de US$ 16 bilhões.
Embora Washington não tenha citado nomes, as críticas recaem diretamente sobre Ambani. Sua empresa, a Reliance, tornou-se a maior compradora individual de petróleo russo na Índia após firmar, em janeiro, um contrato de dez anos com a estatal Rosneft.
O acordo garantiu economias bilionárias em comparação ao petróleo saudita e americano, ampliando a dependência indiana dos barris com desconto de Moscou.
Para analistas, a companhia virou um “dano colateral temporário” da disputa geopolítica, tendência que deve perder força com o respaldo do governo indiano.
Internamente, a Reliance classifica as acusações como “teatro político” e não planeja mudanças relevantes em sua estratégia de compras. O mercado parece confiar: as ações da empresa, terceira mais pesada no índice Nifty 50, subiram 0,8% no pregão de quinta-feira, 21.