Repórter
Publicado em 3 de outubro de 2025 às 14h55.
Última atualização em 3 de outubro de 2025 às 15h10.
Cerca de 60 milhões de brasileiros estão com o nome sujo, segundo o Serasa Experian.
Isso gera um ciclo difícil de romper. Sem acesso a crédito, aproximadamente 40% da população adulta tem dificuldade em financiar eletrodomésticos, veículos ou imóveis, por exemplo.
Foi para romper esse ciclo que surgiu a Consumidor Positivo em 2024, uma plataforma completamente gratuita feita a partir de uma joint-venture entre a Boa Vista Equifax, empresa de dados, e a americana Red Ventures, especializada em marketing digital.
Em um ano de operação, a Consumidor já cadastrou mais de 50 milhões de usuários.
Foram R$ 10,6 bilhões em descontos concedidos em renegociações de dívidas e mais de 2 milhões de produtos de crédito oferecidos pela ferramenta Match Positivo, uma espécie de "Tinder" para ajudar o usuário a escolher a melhor opção de crédito.
O "ganha-pão" da Consumidor está justamente em ser esse intermediário entre a clientela e as instituições financeiras.
A monetização vem das comissões que a Consumidor Positivo recebe cada vez que um usuário contrata um empréstimo, um cartão de crédito ou outro produto financeiro indicado pela plataforma.
É assim que a plataforma consegue permanecer 100% gratuita.
O maior desafio é se destacar num setor que tem o Serasa como "top of mind" (como, por exemplo, a Coca-Cola e a Netflix são em seus respectivos setores).
Hoje, falar que "tem o nome no Serasa" já é sinônimo de endividamento e uma pontuação baixa. Mas isso também significa que a plataforma costuma ser o primeiro lugar que as pessoas vão para consultar a pontuação.
Para a Consumidor, a resposta está em tentar ser vista como uma opção mais otimista e educativa.
“Não queremos ser uma plataforma de cobrança, e sim uma de reconstrução”, afirma Fernando Iódice, CEO da Consumidor Positivo.
Além de consultar o score de crédito, os usuários podem renegociar as dívidas diretamente pela plataforma.
A ferramenta oferece descontos de até 90% nas renegociações, dependendo do perfil e da situação de cada consumidor.
Os pagamentos são ajustados conforme a capacidade financeira do usuário. "Não há taxas ocultas", diz Iodice.
A plataforma também orienta o usuário a entender e melhorar o score de crédito por meio de conteúdo personalizado e simuladores.
Ela explica, por exemplo, como pagar dívidas de forma estratégica para aumentar o score, como usar o crédito de maneira responsável e como evitar armadilhas financeiras no futuro.
O objetivo é que, além de resolver problemas imediatos, o consumidor saia da plataforma com mais autonomia financeira.
No próximo ano, a Consumidor Positivo planeja expandir o braço de educação financeira.
Ela também está desenvolvendo produtos para públicos específicos, como mulheres que são chefes da família, profissionais autônomos ou outros grupos em situação de endividamento.
“O objetivo é ajudar os brasileiros a saírem do ciclo da dívida, mas também a manterem sua saúde financeira no longo prazo”, afirma Fernando Iódice, CEO da Consumidor Positivo.