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Como a banda H pode mudar a cara da Nextel

Favorita dos analistas para vencer o leilão em agosto, operadora se tornaria uma pedra no sapato das rivais

Ampliação de serviços: se vencer o leilão, Nextel também poderá disputar mercado de telefonia móvel (.)

Ampliação de serviços: se vencer o leilão, Nextel também poderá disputar mercado de telefonia móvel (.)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

São Paulo - Se vencer o leilão da faixa de radiofreqüência da banda H, previsto para agosto, a Nextel será a pedra no caminho das operadoras concorrentes, afirmam analistas do mercado de telecomunicações consultados pelo site EXAME.

Com a licença para operar serviços de terceira geração, a empresa deixaria de se restringir ao mercado corporativo, como está hoje, e passaria a disputar assinantes no mercado de telefonia móvel - uma briga cada vez mais acirrada. "A Nextel bateria de frente com a Oi, TIM, Vivo e Claro", afirma Eduardo Tude, presidente da consultoria de telecomunicações Teleco.

Além de ampliar a oferta de serviços, se levar a concessão, a operadora ainda contará com outra vantagem competitiva que não possui ainda: a de nacionalizar sua operação, hoje restrita a algumas regiões brasileiras. "A empresa é melhor que as concorrentes para tornar os clientes fiéis", diz Evaldo Alves, professor de economia da Fundação Getúlio Vargas.

Resistência

A companhia já acenou seu interesse em adquirir licenças para operar serviços de terceira geração no país. Em contrapartida, as demais operadoras já se mostraram contrariadas com a proposta da Anatel, que prevê que Vivo, TIM, Claro e Oi só poderão adquirir freqüências no leilão de agosto, se não houver nenhum outro interessado. O argumento da Anatel é que um nova operadora aumentaria a concorrência - e favoreceria os consumidores.

Recentemente, Antonio Carlos Valente, presidente da Telefônica, afirmou que o governo deveria oferecer condições iguais para todos as companhias. "Ter um número maior de concorrentes não irá, necessariamente, melhorar o service", disse ao site EXAME. "As empresas que já atuam no setor têm comprometimento para participar", afirmou.

As operadoras estrangeiras poderão participar do leilão. A expectativa é de que a francesa Vivendi, a portuguesa Vodafone e a japonesa Docomo também compareçam ao leilão. Por isso, embora favorita, não é certo que a Nextel vença a disputa. "Talvez a Nextel não esteja tão capitalizada quanto a Vivendi para bancar uma disputa bilionária como essa", afirma Virgílio Freire, consultor e especialista em telecomunicações.

Menina dos olhos

Segundo a Anatel, o mercado de banda larga pela telefonia celular triplicou de tamanho em 2009. Os celulares de terceira geração (3G) e os modems de acesso à internet já são 8,66 milhões em todo o país, o que representa 211,51% de crescimento em relação a dezembro de 2008, quando existiam 2,78 milhões de acessos.

"Até pouco tempo atrás, a expansão da rede 3G estava atrelada à venda de celulares, cenário que mudou depois da oferta de internet móvel via chips", diz Freire.

Como resultado, o setor de banda larga cresceu em uma velocidade maior do que esperavam as operadoras. "Por isso, a pressa na realização do leilão, já que é preciso investir em infraestrutura para que a rede suporte o crescimento no número de acessos", diz Luiz Faro, especialista em telecomunicações da consultoria de negócios Naxentia. "Sem a liberação pela Anatel dessa freqüência ociosa, havia até a possibilidade do sistema entrar em colapso pela limitação de tráfego". Tentar impedir o colapso - e lucrar com isso - parece ser um bom negócio para a Nextel nos próximos anos.
 

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