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Como as regras de Elon Musk para construir foguetes pode ajudar a decolar os seus negócios?

O Livro “Elon Musk”, do autor Walter Isaacson, conta os desafios do executivo desde a infância até 2022, ano em que Musk passa a ser o homem mais rico do planeta

Musk também questionava as especificações dos militares e da NASA. Sempre que um engenheiro citava uma regra para produzir um componente ele questionava: “Quem escreveu isso? Por que isso faz sentido?” (Nathan Laine/Bloomberg/Getty Images)

Musk também questionava as especificações dos militares e da NASA. Sempre que um engenheiro citava uma regra para produzir um componente ele questionava: “Quem escreveu isso? Por que isso faz sentido?” (Nathan Laine/Bloomberg/Getty Images)

Publicado em 21 de setembro de 2023 às 07h07.

Última atualização em 22 de setembro de 2023 às 10h04.

Os demônios que impulsionaram Musk são justamente o que leva à inovação e ao progresso? Essa é a pergunta que Walter Isaacson, um dos maiores biógrafos da atualidade tenta responder ao acompanhar Elon Musk durante dois anos para escrever o livro “Elon Musk”.

As mais de 600 páginas parecem poucas para colocar uma vida inteira do homem que se tornou o mais rico do mundo em 2022.

Entre os desafios da infância até o momento em que Musk se apresenta como um visionário obstinado que comprou o Twitter e levou o mundo a era dos carros elétricos, à exploração espacial com a SpaceX e à inteligência artificial, Isaacson traz diferentes lições de Musk que podem servir ao mundo corporativo.

Uma dessas lições pode ser inspirada no sucesso que é a SpaceX, startup que colocou 31 foguetes em órbita e que hoje é considerada a mais valiosa dos EUA. Para alcançar um resultado desta proporção, Musk considerou 4 regras para construir foguetes e que podem ajudar a decolar os seus negócios:

Questione cada custo

Musk precisava manter os custos baixos, não apenas porque o dinheiro dele estava em risco, mas porque o custo-benefício eram críticos para o objetivo final – que era de colonizar Marte. O foco no custo o levou até a fabricar componentes, ao invés de comprá-los de fornecedores.

Um exemplo do livro traz a a situação em que um fornecedor pediu 120 mil dólares por um acionador, Musk disse que seria fácil fazer o componente como um controle abre uma garagem e assim mandou um dos engenheiros fazer o componente com um custo de 5 mil dólares.

Musk também questionava as especificações dos militares e da NASA. Sempre que um engenheiro citava uma regra para produzir um componente ele questionava: “Quem escreveu isso? Por que isso faz sentido?”.

Depois de alguns anos a SpaceX fabricava 70% dos componentes dos seus foguetes.

Tenha um senso de urgência maníaco

Estipular prazos impossíveis pode ser uma boa ou má estratégia. Musk insistia em determinar prazos não realistas até quando não era necessário. Porém, apesar de causar muitas vezes desânimo na equipe, o sentimento de urgência era bom, porque fazias os engenheiros se envolverem nos primeiros princípios do pensamento.

Steve Jobs fazia algo parecido também, quando as pessoas da sua equipe se recusavam, ele falava “Não tenha medo, você consegue.” Apesar dessa prática ter o poder de desmotivar muito profissionais, ela acaba conseguindo motivar os profissionais a fazerem coisas que outras empresas não conseguiam.

“Acabamos desenvolvendo o menor custo, os foguetes mais incríveis e acabávamos nos sentindo muito bem com isso,” disse Mueller, encarregado dos motores da SpaceX.

Aprenda com o erro

No caso da equipe de Musk, não se tratava de evitar problemas, mas a velocidade com que você descobria qual era o problema e consertava. Um dos desafios de Musk foi encontrar um espaço aberto para testes, para adotar a abordagem interativa no design, ou seja, foguetes e motores seriam rapidamente revisados e testados até que algo funcionasse.

Esses testes de Musk acabavam desrespeitando algumas especificações militares que limitavam a quantidade de horas que um motor poderia ser testado. Por isso, em 2002, Musk buscou e soube de um campo abandonado no Texas e decidiu visitar com seus dois funcionários: Muller e Buzza. Ao chegarem no local, Buzza começou a elogiar a região, quando Musk o puxou de lado e disse: “Para de dizer como tudo isso é bom. Você está tornando tudo mais caro”. No final, Musk acabou alugando o campo e os equipamentos por apenas 45 mil dólares anuais.

Foi nesse deserto no Texas que engenheiros da SpaceX ligavam motores e causavam explosões. O primeiro teste de um Merlin aconteceu em março de 2003.

Improviso

Com a sua tolerância para riscos, Musk incentivava seus engenheiros a encontrar soluções improvisadas. Em uma noite, um raio atingiu um estande de testes e derrubou o sistema de pressurização de um tanque de combustível. O procedimento, considerando que era uma empresa aeroespacial, seria substituir os tanques o que demoraria alguns meses. Mas a ordem de Musk foi: “Não, só conserte. Vá lá com alguns martelos e martele até que volte ao lugar, solde e vamos em frente.”

Buzza achou uma loucura, mas obedeceu ao chefe. Musk foi até o local supervisionar tudo e quando começaram os testes o tanque voltou a funcionar. “Elon acredita que toda a situação é salvável”, disse Buzza.

Isso fez também com que a SpaceX demorasse menos tempo para testar seu primeiro foguete. Mas nem sempre o improviso dava certo, mas um padrão foi estabelecido: tentar novas ideias e estar disposto a explodir coisas.

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