Negócios

Quer trabalhar em Portugal? Veja passo a passo para abrir uma franquia

Documentação correta, afinidade com a marca e a capacidade de adaptação à cultura são pontos a serem observados

Lisboa - Portugal - Turismo - Turistas - Bonde -Bondinho

Foto: Leandro Fonseca
data: 27/06/2022 - 01/07/2022 (Leandro Fonseca/Exame)

Lisboa - Portugal - Turismo - Turistas - Bonde -Bondinho Foto: Leandro Fonseca data: 27/06/2022 - 01/07/2022 (Leandro Fonseca/Exame)

Isabela Rovaroto
Isabela Rovaroto

Repórter de Negócios

Publicado em 22 de julho de 2023 às 10h10.

Para os brasileiros que desejam morar em Portugal, mas não têm cidadania europeia, o visto de empreendedor (Visto D2) se tornou uma opção atrativa por não exigir valor mínimo de investimento. Com a vantagem de serem negócios já testados no mercado, as franquias se destacam entre as formas de empreender em solo português.

Por lá, é comum ter brasileiros no mundo das franquias. No Grupo NBrand, maior franqueador português com 175 unidades no país, 30% dos seus franqueados composto por brasileiros.

Como funciona o visto de empreendedor (Visto D2)

O visto D2 é indicado para empreendedores que comprovem capacidade financeira para o investimento pretendido ou por profissionais que trabalham de forma autônoma. Não existe um capital mínimo para que o visto D2 seja aprovado.

Para quem pretende empreender, é preciso avaliar as possibilidades de investimento no mercado português, já que um dos requisitos para obter o visto é comprovar que a empresa tem relevância econômica e social para o país.

Quem quer solicitar o visto D2 deve cumprir as seguintes exigências:

  • Comprovação de meios econômicos para o investimento proposto e da capacidade financeira do empreendedor;
  • Demonstração da relevância do investimento;
  • Experiência compatível com o negócio;
  • Plano de Negócios com todos os dados relevantes sobre como você deseja empreender em Portugal e em que consiste seu negócio. Vale citar a expectativa da criação de postos de trabalho

VEJA TAMBÉM: Visto de nômade digital ou trabalho: qual o melhor para os brasileiros que querem morar em Portugal?

Como funciona o mercado de franquias em Portugal

Responsável por gerar cerca de 160 mil empregos, o setor conta com 604 marcas e movimenta 11 bilhões de euros ao ano, cerca de 57,2 bilhões de reais, segundo dados recentes da Associação Portuguesa de Franchising (APF).

Diferente do Brasil, Portugal não tem uma legislação específica para o franchising. Como padrão, eles seguem o Código Deontológico Europeu para estabelecer regras essenciais de boa conduta para aqueles que querem atuar no mercado de franquias. A última atualização foi realizada em 2017.

Como abrir uma franquia em Portugal?

A seguir, confira um passo a passo de como morar em Portugal com o visto de empreendedor e abrir uma franquia.

1. Avaliação de aptidão

O primeiro passo é o candidato pesquisar as franquias que atuam no mercado português e selecionar as que mais se enquadram nas suas áreas de interesse e aptidão. Nessa etapa, já é importante contatar a franquia escolhida para obter mais informações, como as suas particularidades, vantagens, exigências do negócio, previsões de investimento, faturamento, tempo para a abertura de negócio, entre outros detalhes importantes. Com essas informações reunidas, fica mais fácil verificar se a marca é compatível com as expectativas do empreendedor e suas competências.

Nos primeiros contatos com a franquia é importante que o candidato evidencie qual é o seu perfil profissional, a sua experiência, áreas de negócio de interesse e expectativa com o investimento. “Este ponto é importante para que a marca possa dizer ao candidato se a sua franquia corresponde àquilo que procura e se o perfil se encaixa. Ter esta abertura na comunicação com a franquia facilita todo o processo”, aconselha Cândido Mesquita, fundador do Grupo NBrand, que atua em setores como limpeza, arquitetura, decoração e imobiliário.

2. Análise de documentação

Para abrir uma franquia em Portugal é necessário ter em mãos o Visto D2. Para conseguir essa autorização, o candidato precisa comprovar que possui a capacidade financeira para fazer o investimento de abertura da empresa, além de apresentar um plano de negócios e documentos básicos, como cópia do passaporte, fotos, seguro-viagem e certidão de antecedentes criminais emitida pela Polícia Federal nos últimos 30 dias. “Ter um visto em andamento, ou já aprovado, é um fator que agiliza naturalmente o processo”, explica Mesquita.

VEJA TAMBÉM: Quer trabalhar em Portugal? Veja como ser recrutado direto do Brasil

3. Transição para Portugal

Após o candidato escolher a franquia que mais se identifica e que os custos estejam dentro da sua capacidade financeira, o próximo passo é cuidar dos trâmites e decisões para mudança de país, como a escolha da moradia, cidade, escola para filhos, entre outras questões. Nessa etapa, por exemplo, o Grupo NBrand tem procedimentos internos específicos para ajudar o candidato brasileiro a planejar sua mudança para Portugal, incluindo a consultoria para avaliar a região do país em que melhor se adapta.

O auxílio inclui o suporte de uma advogada brasileira especializada em Direito Migratório, que pode ajudar o franqueado na preparação e submissão do visto de migração, além de outras questões como a abertura de conta bancária e dados fiscais em Portugal. Como suporte, um contador também assessora no processo de abertura de empresa e outros trâmites referentes à transferência legal de fundos para Portugal.

Acompanhe tudo sobre:FranquiasPortugal

Mais de Negócios

Setor de varejo e consumo lança manifesto alertando contra perigo das 'bets'

Onde está o Brasil no novo cenário de aportes em startups latinas — e o que olham os investidores

Tupperware entra em falência e credores disputam ativos da marca icônica

Num dos maiores cheques do ano, marketplace de atacados capta R$ 300 milhões rumo a 500 cidades