Maria Eduarda Reis: especializada em imigração empresarial, a advogada é uma das sócias do escritório Canero Fadul Reis Law (Canero Fadul Reis Law/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 2 de julho de 2025 às 11h30.
Última atualização em 2 de julho de 2025 às 14h44.
Para quem planeja internacionalizar os negócios, os Estados Unidos continuam no topo da lista. Mas abrir uma empresa no país vai muito além de tirar um visto ou preencher formulários. “O maior erro é tentar replicar nos Estados Unidos exatamente o que você faz no Brasil. O mercado é outro, a legislação é outra e a operação precisa ser pensada para o longo prazo”, afirma Maria Eduarda Reis, advogada especializada em imigração empresarial e sócia do escritório Canero Fadul Reis Law, sediado em Miami.
Nos últimos cinco anos, o escritório já estruturou mais de 7 mil processos migratórios, incluindo empresas, profissionais e famílias. Segundo ela, empresas brasileiras conseguem iniciar operações nos Estados Unidos em questão de meses, mas o processo não acaba aí.
“Você pode abrir, estruturar e até transferir um colaborador-chave muito rápido, mas a regularização completa da operação, incluindo questões de residência e estabilidade, leva tempo. É uma jornada que pode durar até cinco anos”, explica.
Um dos pontos mais críticos para quem quer abrir empresa nos EUA é escolher o estado certo. “Cada estado tem suas próprias leis, incentivos fiscais e regras de operação. Você não escolhe apenas pela cidade mais bonita ou pelo custo mais baixo. Precisa ser onde seu negócio faz sentido operar”, explica Maria Eduarda.
Ela reforça que esse é um dos primeiros passos do serviço prestado pelo escritório. “Antes de qualquer coisa, fazemos um estudo de mercado. Precisamos entender o que essa empresa faz, onde ela vai atuar, quais licenças são necessárias, como funciona o zoneamento comercial, quais são os incentivos fiscais e até a logística”, afirma.
O suporte não para na abertura da empresa. A operação nos EUA exige um acompanhamento constante. “Nosso trabalho não acaba quando a empresa começa a operar. A gente segue acompanhando, ajudando na contratação, na documentação dos colaboradores, nas transferências de executivos, contratos comerciais e até na vida pessoal das famílias — escola para os filhos, número de seguridade social, conta bancária, tudo”, detalha.
Segundo Maria Eduarda, o escritório funciona como uma ponte cultural e jurídica. “O empresário não está lidando com um escritório qualquer. Está lidando com uma empresa americana, que conhece profundamente o sistema americano, mas com uma sócia brasileira, que entende os medos, as dúvidas e a cultura do empresário brasileiro”, destaca.
Se existe um conselho direto, é este: não tente fazer isso sozinho. “O que você não pode fazer é se arriscar sem uma assessoria legal especializada. Nosso escritório tem profundo conhecimento na imigração empresarial”, destaca.
Além disso, Maria Eduarda alerta que tentar simplesmente repetir o modelo do Brasil costuma dar errado. “O mercado americano tem outra lógica. Se você não entende isso, vai ter problemas. Precisa construir um plano consistente, que mostre para o governo dos EUA que sua operação não é só uma ideia, mas algo estruturado, executável e com projeção de longo prazo.”
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