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Como a Petrobras quer limpar a barra depois de prejuízo

Para companhia, conjunção de fatores negativos não deverá acontecer novamente

Plataforma da Petrobras: segundo empresa, conjunção de fatores negativos não deve se repetir nos próximos trimestres (Germano Lüders/EXAME.com)

Plataforma da Petrobras: segundo empresa, conjunção de fatores negativos não deve se repetir nos próximos trimestres (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2012 às 16h31.

São Paulo - Depois de registrar um prejuízo de 1,3 bilhão de reais no segundo trimestre do ano - o primeiro em 13 anos de operações -, a Petrobras teve o que explicar a analistas em teleconferência realizada nesta segunda-feira. Ao contrário do que costuma acontecer depois da divulgação de resultados trimestrais, a presidente da companhia Maria das Graças Foster participou do encontro - e não titubeou em justificar sua presença.

"Estou aqui para explicar esse resultado negativo. Mas digo a vocês com toda a força de minha palavra e minhas atitudes, que tenho extrema confiança que alcançaremos resultados prósperos ao longo dos próximos trimestres e dos próximos anos", disse. "Nós deixamos claro que uma série de fatores influenciou esse resultado negativo. São fatores que dificilmente se repetirão conjuntamente e com a mesma magnitude nos trimestres posteriores", acrescentou.

O dólar foi um dos algozes da estatal: a alta de 10,9% da moeda americana contribuiu para que o resultado financeiro líquido da Petrobras ficasse negativo em 6,4 bilhões no trimestre, já que a companhia tem dívida e custos expostos à variação cambial. Veja, a seguir, como a empresa reagiu a outros fatores que pesaram na conta - e como ela espera limpar sua barra depois da bilionária perda registrada de abril a junho deste ano.

Mais planejamento para os poços secos

No segundo trimestre, 41 poços foram baixados pela Petrobras. Na prática, foram considerados secos ou subcomerciais e, por isso, passaram a ser contabilizados como despesa. Mais especificamente, um rombo de 2,7 bilhões de reais, muito acima dos 615 milhões apresentados em igual período do ano passado.

Segundo o diretor de exploração e produção da empresa, José Formigli, houve uma "concentração atípica desses poços". E esse patamar não deverá ser mantido nos próximos trimestres. Ele explicou que não existe margem para optar pela baixa dos poços em um determinado período. Ou seja, a Petrobras não teria escolhido concentrar as más notícias de uma só vez.


Mas a presidente Graça Foster reforçou que a ideia é aumentar a administração do risco da carteira de produção daqui para frente. Com um acompanhamento detalhado, a companhia se permitirá arriscar mais ou menos em função da conjuntura, minimizando a baixa simultânea de vários poços. "O planejamento do poço seco tem efeito extremamente importante no resultado líquido da companhia no trimestre e no ano. É preciso planejar o insucesso e vamos intensificar nossas ações", disse Graça.

Corte de custos

Em setembro, a Petrobras irá lançar um programa de administração dos custos operacionais da companhia, o chamado Procop. A proposta é tornar públicas as políticas de gestão que estão sendo tomadas para aumentar a eficiência das atividades.

Além da otimização dos custos, a estatal buscará sinergias entre as áreas, conforme adiantou Graça Foster. A área de TI, por exemplo, será uma das que vão passar pelo pente fino - mas sem demissões, garantiu a companhia.

A bandeira da paridade

Apesar de ter aumentado o preço gasolina e do diesel em junho, a Petrobras ainda não repassa na íntegra o valor pago na importação dos derivados, já que, sozinha, não consegue suprir a demanda nacional. Em teleconferência aos analistas, Graça afirmou que o descolamento de preços foi mais uma vez apresentado ao conselho na última sexta-feira, bem como seus efeitos para o caixa da companhia.

Mas para além da frente de batalha travada com o governo, que teme que o aumento contribua para a escalada da inflação, a empresa quer baratear seus custos, aumentando, por exemplo, a eficiência no processo de importação e a adequação dos estoques.

A elevação da produção, por sua vez, já foi observada no segundo trimestre do ano, com aumento de 7,4% sobre igual período de 2011.  "Tivemos maior volume de óleo processado e menor custo. Do ponto de vista operacional, o segmento teve uma performance excelente. Entretanto, os resultados financeiros foram adversos", reconheceu Almir Barbassa, diretor-financeiro da Petrobras.

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