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Como a KPMG tenta fazer todos os funcionários falarem a mesma língua

Desafio está em oferecer o mesmo serviço ao redor do mundo, segundo líder global da área de performance e recompensas da KPMG

Dave Conder: a empresa precisa ser curiosa com relação ao que acontece no mercado (Ken Chu)

Dave Conder: a empresa precisa ser curiosa com relação ao que acontece no mercado (Ken Chu)

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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2011 às 05h12.

São Paulo – Com cerca de 140.000 funcionários em mais de 140 países, a KPMG tem entre seus desafios a comunicação eficiente com seus funcionários ao redor do mundo. Além de ter que oferecer a mesma qualidade de serviço, segundo Dave Conder, líder global da área de performance e recompensas da KPMG.

Para o britânico, é importante que as empresas reconheçam o que os clientes procuram nelas. E escutem o que os funcionários tem a dizer sobre a companhia. Veja os principais trechos da entrevista:

EXAME.com- O que uma empresa deve fazer para atingir seus objetivos? 

Dave Conder- A KPMG precisa focar no futuro. Vemos o que os clientes valorizam em nós. Eles valorizam expertise, entusiasmo, a habilidade de inovar e pensar à frente, a habilidade de operar globalmente... Ao resumir isso, sabemos o que os clientes procuram em nós. Esses atributos deram origem a sete comportamentos aqui que agora tentamos usar no desenvolvimento para a alta performance.

EXAME.com – Essa é a dica que você daria para as outras empresas também?

Dave Conder - Sim, ver o que os clientes querem e entregar esses atributos.

EXAME.com – Quais são os sete comportamentos na KPMG? 

Dave Conder – Ver as oportunidades de negócio, entregar qualidade, exercer julgamento profissional, criar impacto, curiosidade e inovação, colaboração e inclusão e se esforçar para continuar melhorando. Estamos muito focados em gestão de desempenho. Precisamos que todos na empresa entendam os comportamentos que estamos pedindo a eles. Outra coisa é o feedback. Se há feedback o tempo todo, há a oportunidade de melhorar.

EXAME.com – Dentre tudo isso, qual ponto é o mais importante?

Dave Conder – Como estamos sempre crescendo e pecisamos ter soluções inovadoras, eu diria que o mais crítico para a KPMG é ter habilidade de ser curioso com o que ocorre no mercado e aplicar a curiosidade. E outro é, como operamos em um mundo cada vez mais global, nossa capacidade de colaborar além das fronteiras, entender outras perspectivas, entender pessoas em outros países... Entregar um serviço global.


EXAME.com - Qual é a forma mais efetiva de ter funcionários compromissados?

Dave Conder – A cada dois anos fazemos um questionário com os funcionários. Perguntamos o que eles pensam dos treinamentos, como são tratados pela gerência e outros pontos da empresa. Fazemos algo parecido a cada seis meses também, mas menor. É uma checagem de temperatura. Descobri que em países diferentes temos que fazer coisas diferentes. Liderança é comunicar mais, explicar. Esse tipo de interação é muito importante para ter sucesso. Podemos ter os melhores planos mas sem as pessoas... O funcionário tem que estar compromissado.  

EXAME.com – Como lidar com diferenças culturais?

Dave Conder – Eu ainda estou trabalhando nisso. O que aprendemos é que é importante estabelecer o que queremos fazer bem como organização. Na KPMG queremos ser capazes de servir clientes globais muito bem. Temos operações em todo o mundo e a KPMG tem que parecer a mesma para os clientes onde quer que eles estejam.

EXAME.com – Qual um exemplo de companhia eficiente?

Dave Conder – A Apple. É uma empresa inovativa e que leva o mercado a se desenvolver. Eu diria que, em termos de inovação, tomamos algumas lições de empresas assim. Uma coisa que tentamos implementar aqui é ser mais inovativo.

EXAME.com - Qual é o seu maior desafio na KPMG?

Dave Conder – Seria a comunicação. Temos cerca de 140.000 profissionais, em mais de 140 países. Eu amaria falar com cada um dos funcionários. Meu maior desafio é o alcance global, espalhar a mensagem, conversar com as pessoas. 

EXAME.com – Qual é o seu livro favorito de negócios? 

Dave Conder – Há muito tempo eu li “Good to Great” (Empresas feitas para vencer), do Jim Collins. Ele mostra organizações que são parecidas e conta porque uma foi muito bem sucedida e as outras mais ou menos. Esse livro tem muitas boas lições.

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