Barilla: empresa atingiu todos os pré-requisitos exigidos pela HRC (REUTERS/Tony Gentile)
Luísa Melo
Publicado em 19 de novembro de 2014 às 19h15.
São Paulo - Depois de ter ficado marcada por uma declaração ofensiva aos gays em 2013, a Barilla virou o jogo e está na lista de empresas amigas dos LGBT deste ano, feita pela organização norte-americana Human Rights Campain (HRC).
À época, Guido Barilla, presidente da fabricante de massas que leva seu sobrenome, disse que casais gays jamais estrelariam os comerciais de sua companhia porque preferia a "família tradicional".
A afirmação, feita a uma rádio italiana, custou caro. O assunto repercutiu no mundo todo e consumidores convocaram um boicote à marca, acusada de não respeitar a diversidade.
Não pegou nada bem e Guido Barilla foi a público se desculpar oficialmente não uma, mas duas vezes. Mas parece que a empresa aprendeu a lição. Pela primeira vez, ela aparece na seleção da HRC (feita nos Estados Unidos há 13 anos) e já cumpre 100% dos requisitos estabelecidos pela organização.
Só integram a lista companhias que abraçam quatro objetivos principais: oferecer benefícios para cônjuges do mesmo sexo que funcionários, não ter discriminação de benefícios para empregados transgêneros e seus dependentes, demonstrar competência em gerir questões LGBT e se comprometer publicamente com essa comunidade.
A Barilla, junto com outras 365 companhias, foi aprovada em todos os critérios.
A criação de um "conselho de inclusão e diversidade" pela companhia, há um ano, certamente teve influência nesse resultado. A ideia do comitê era, basicamente, consultar especialistas e ativistas para definir estratégias e metas estruturadas para melhorar a diversidade internamente.
"Todos nós aprendemos muito sobre a real definição e significado de família, e no decorrer do ano passado, trabalhamos muito para refletir isso em toda nossa organização", disse Guido Barilla à CNN.
Cenário
Entre as empresas consideradas amigas dos LGBT pela HRC neste ano, 89% têm proteções explícitas contra a discriminação por identidade de gênero e oito em cada dez incluem essas questões em treinamentos corporativos.
Além disso, mais da metade delas já oferecem seguro saúde a profissionais transgêneros. Em 2002, nenhuma fazia isso.