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Comgás prevê impacto da inflação em despesa em 2011

Situação reflete nas tarifas dos recursos vendidos pela empresa

O gás natural comercializado pela companhia terá alta de preços (Comgás/Divulgação)

O gás natural comercializado pela companhia terá alta de preços (Comgás/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 15h42.

São Paulo - A aceleração dos indicadores inflacionários da economia brasileira este ano deverá resultar em aumento das despesas da Comgás no mesmo período, sinalizou hoje a direção da companhia. Em entrevista a jornalistas, o diretor financeiro e de Relações com Investidores, Roberto Lage, ressaltou que a pressão inflacionária contribuiu para a alta de 7,4% nas despesas com vendas, gerais e administrativas (VG&A) da Comgás em 2010, em relação ao ano anterior. O mesmo deve ocorrer em 2010, segundo o executivo. "As despesas devem subir um pouco", afirmou, sem revelar projeções.

Efeito similar da alta de preços refletirá nas tarifas do gás natural vendido pela companhia, uma vez que a variação do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) é um dos fatores considerados pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) para a definição do reajuste anual aplicado no setor. "Falamos em um IGP-M ao redor de 10% em maio", projeta o executivo.

IFRS

A elevação das despesas, associada à queda do valor médio das tarifas da distribuidora estabelecidas em maio passado pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp), limitou os ganhos da Comgás em 2010, ano em que a companhia registrou alta de 12,2% no lucro líquido normalizado - que considera efeitos da conta corrente regulatória mantida com a Arsesp. Desconsiderado esse efeito, o lucro da Comgás encolheu 16% no ano, para R$ 579,9 milhões.

Com o ajuste do resultado da Comgás ao padrão contábil IFRS, a conta corrente deixou de constar no balanço (passivo/ativo) e passou a transitar na demonstração de resultados, ou seja, na linha de lucros e perdas. Como consequência, as diferenças entre o custo de gás pago aos fornecedores (que varia mensalmente ou trimestralmente, dependendo da origem) e o custo de gás contido nas tarifas da Comgás acumuladas na conta corrente passaram a ter peso nos resultados da companhia, que viu as despesas crescerem desde a adoção do IFRS, ainda no ano passado.

A aplicação do ajuste à nova prática contábil também impactou o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que encolheu 12,9% em 2010, para R$ 1,2 bilhão. Se fossem considerados os efeitos da conta corrente regulatória, o Ebitda teria crescido 11,4% em igual comparação, para R$ 934 milhões.

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