Warren Buffett: mesmo aos 86 anos, Buffett está disposto a mostrar para seus seguidores que está longe de ter terminado a construção de seu império (Bloomberg/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2017 às 18h40.
Última atualização em 2 de maio de 2017 às 18h41.
Seattle - A carreira de Warren Buffett é marcada por aquisições espetaculares que envolvem bilhões -- US$10 bilhões, US$ 20 bilhões ou US$ 30 bilhões.
Mas US$ 100 bilhões? Mesmo para Buffett, seria muito dinheiro. Mas é disso que falam alguns investidores, analistas e fãs do megainvestidor.
Não há sinais imediatos no horizonte, porém esse pessoal está fixado no tamanho do caixa da empresa de Buffett, a Berkshire Hathaway.
Teoricamente, o montante seria suficiente para uma transação de 12 dígitos. Isso colocaria ao alcance de Buffett empresas como Nike ou Costco Wholesale.
“Um negócio de US$ 100 bilhões parece possível” considerando a quantia que está disponível, disse Richard Cook, gestor de investimentos de um fundo sediado em Birmingham, no Estado americano do Alabama, que detém ações da Berkshire.
É uma proposta intrigante para os milhares de investidores que se preparam para a assembleia anual da Berkshire Hathaway, que acontece neste fim de semana em Omaha, Nebraska.
Mesmo aos 86 anos, Buffett está disposto a mostrar para seus seguidores que está longe de ter terminado a construção de seu império.
E talvez ele possa bater seu próprio recorde, a compra da ferrovia Burlington Northern Santa Fe, em 2010, por US$ 34 bilhões.
Acima de tudo, Buffett gosta de empresas com fortes vantagens competitivas e lucros previsíveis no longo prazo.
É por isso que companhias como Nike ou Costco podem atraí-lo, se os preços forem interessantes. Nenhuma delas indicou estar à venda – ou que ouviria de bom grado uma oferta de compra.
Mas Buffett certamente tem bala na agulha para um negócio desses. No fim de dezembro, aBerkshire tinha US$ 86,4 bilhões no caixa, rendendo praticamente nada.
Essa quantia pode aumentar para US$ 100 bilhões na metade do ano, com a entrada dos lucros de dezenas de subsidiárias, disse o analista Jim Shanahan, da Edward Jones.
Buffett não retornou imediatamente um recado solicitando comentário sobre esta reportagem.
Além do próprio bolso, o bilionário tem acesso a outras fontes de recursos. Ele indicou que pode vender ativos na carteira de ações da Berkshire para bancar um negócio.
Algumas dessas aplicações, como uma participação na International Business Machines (IBM) avaliada em US$ 13 bilhões, podem ser liquidadas sem tributação pesada.
Há também a possibilidade de endividamento. Buffett tomou emprestado quase um terço da quantia necessária para a compra da fundição Precision Castparts, por US$ 33 bilhões, no ano passado. Com os juros tão baixos, esta opção pode ser especialmente atraente.
O que é possível não é necessariamente provável. Para começo de conversa, não existem muitas empresas avaliadas em US$ 100 bilhões e poucas delas podem despertar o interesse de Buffett.
Ele já disse que não gostaria de ter um banco por causa das regulamentações do setor.
O bilionário também praticamente descartou uma oferta hostil. Ele recentemente desistiu de uma parceria com a Kraft Heinz para compra da Unilever (que tem valor de mercado próximo de US$ 150 bilhões) porque o alvo não considerou a proposta amigável.
“Se ele tiver uma oportunidade interessante de gastar US$ 100 bilhões, ele encontrará o dinheiro”, disse Steve Wallman, acionista de longa data da Berkshire. “O fator mais importante é o que está disponível.”