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Com produtos mais premium e caros, Boticário abre novo modelo de loja

O grupo, maior rede de franquias do Brasil e com marcas como Eudora, Quem disse Berenice, The Beauty Box e Vult, luta com a Natura pelo primeiro lugar

 (Grupo Boticário/Divulgação)

(Grupo Boticário/Divulgação)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 28 de março de 2019 às 06h00.

Última atualização em 28 de março de 2019 às 13h17.

O  Boticário acaba de inaugurar um novo formato de loja, mais premium e com itens exclusivos, como parte do plano da companhia de modernizar a marca. O Boticário Lab abriu na semana passada Shopping Pátio Batel, em Curitiba, cidade em que a companhia nasceu. É uma loja própria e, por enquanto, a empresa deve avaliar os resultados do modelo antes de planejar a abertura de outras lojas.

O grupo, maior rede de franquias do Brasil e com marcas como Eudora, Quem disse Berenice, The Beauty Box e Vult, luta com a Natura pelo primeiro lugar no mercado de beleza do Brasil. Sua maior concorrente negocia a compra da Avon para aumentar sua presença no mundo, depois de comprar a Aesop e The Body Shop.

A criação do novo modelo faz parte de um processo de modernização da marca, diz Cris Irigon, diretora de comunicação do Boticário. A loja servirá como local de testes para os lançamentos da marca. Alguns itens podem ser lançados em toda a rede e outros devem ficar restritos a esse modelo de loja.

Alguns itens mais caros serão exclusivos para a loja. Cinco perfumes, por exemplo, serão exclusivos. Quatro fazem parte da linha premium 214, com ingredientes como rosa da Bulgária, rum cubano, baunilha de Madagascar, cedro do Líbano e canela do Laos. Outro lançamento lançado em primeira mão para o formato de loja é o The Blend, perfume masculino feito a partir da técnica de destilação, incomum no meio da perfumaria, diz Irigon.

O objetivo também é passar mais informações sobre os ingredientes e métodos de fabricação. Há detalhes sobre a produção do perfume Malbec, por exemplo, que é feito com álcool vínico e  preparado em barris de carvalho francês, e sobre a extração do óleo de lírios, usado na produção da linha Lilly.

A empresa tentará conquistar o cliente com o uso de tecnologia, como um equipamento que analisa o fio de cabelo para oferecer o melhor produto e um espelho virtual, que simula maquiagens. Para atender os consumidores, toda a equipe da loja é nova e recém-treinada.

Mais acessível

A empresa também busca atrair o público premium com a loja The Beauty Box, multimarcas que vende produtos importados. No outro extremo, tem marcas mais acessíveis, como Quem Disse Berenice? e a Vult, comprada no ano passado e voltada ao consumidor da classe B e C.

Mas é a Eudora a marca do grupo que mais cresce. Voltada a mulheres que trabalham ou empreendem, o faturamento da marca alcançou 1 bilhão de reais em 2018. Parte do sucesso da marca vem da reformulação de sua imagem, depois que o primeiro modelo de loja não deu certo, por afastar consumidoras que acreditavam que o produto era importado e muito caro.

O grupo fechou o ano com faturamento de 13,2 bilhões de reais, um crescimento de 7% na mesma base, ou seja, sem a participação da Vult. Com a operação da Vult, o faturamento sobe para 13,7 bilhões de reais.

A busca por produtos mais acessíveis também chegou ao mercado de luxo. A Sephora, varejista francesa conhecida por lojas luxuosas, passou a oferecer marcas mais baratas. A Natura, bem como marcas como Aussie, Australian Gold e Revlon passam a ser comercializadas em quatro lojas físicas da empresa, além do comércio eletrônico.

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