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Com Ômicron, laboratórios correm risco de ficar sem testes de covid-19

Orientação da associação do setor é paralisar os testes em pessoas assintomáticas, com sintomas leves e pessoas que tiveram contato com quem está com a doença

Teste de covid: Laboratórios correm risco de ficar sem exames devido á alta procura (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Teste de covid: Laboratórios correm risco de ficar sem exames devido á alta procura (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 12 de janeiro de 2022 às 15h36.

Última atualização em 12 de janeiro de 2022 às 17h07.

O avanço da variante Ômicron está levando à escassez de testes de covid-19 nos laboratórios do país, com risco de falta de testes, de acordo com a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

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Em comunicado, a entidade diz que a nova variante causou aumento exponencial de casos, o que vem demandando aumento da capacidade produtiva global de testes. “Se os estoques não forem recompostos rapidamente, poderá ocorrer a falta de oferta de exames”, diz a entidade.

"Quando avaliamos as notícias que vêm de outros países, de que eles já estão sem insumos, é certo que o problema chegará ao Brasil", disse o presidente do Conselho de
Administração da Abramed, Wilson Shcolnik, em comunicado.

A associação vai orientar seus membros a priorizar a realização de testes para pacientes com sintomas mais graves, pacientes hospitalizados e cirúrgicos, pessoas no grupo de risco, trabalhadores assistenciais da área da saúde, e colaboradores de serviços essenciais.

A orientação é paralisar os testes em pessoas assintomáticas, com sintomas leves e pessoas que tiveram contato com quem está com a doença.

Positivos nas farmácias

Dados da Abrafarma (Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias) mostram que a as farmácias brasileiras registraram uma explosão no número de testes positivos da covid-19 no intervalo de 27 de dezembro a 2 de janeiro. O volume de casos quadruplicou em relação à semana anterior. O percentual de diagnósticos do coronavírus sobre o total de atendimentos também teve um salto e foi o maior desde a implementação do serviço, em abril de 2020.

Foram realizados 283.763 testes nas farmácias associadas entre os dias 27 de dezembro e 2 de janeiro, número 50% superior aos 188.545 atendimentos ocorridos de 20 a 26 de dezembro. Já o volume de resultados positivos pulou de 22.283 (11,8% do total) para 94.540 (33,3%). No caso de Rio de Janeiro e São Paulo, os positivos correspondem a 49% e 46% do total de testes realizados, respectivamente.

Restrições em São Paulo

Após número de internados dobrar no estado, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), recomendou que eventos esportivos, musicais e festas no estado operem com 70% do público. A medida foi anunciada em entrevista coletiva nesta quarta-feira e, segundo o tucano, visa evitar a disseminação do coronavírus no estado.

Segundo dados da secretaria de saúde, o total de internados em enfermarias no estado subiu de 1.712 no dia 29 de dezembro para 3.413 no dia 11 de janeiro. Já o total de pacientes internados em leitos de UTI subiu 58% no mesmo período, indo de 1.096 para 1.727. Ainda na segunda-feira, 10, o estado teve uma média móvel de 2,4 mil novos casos de covid, um aumento de 5.746% em relação a duas semanas atrás.

A recomendação para restrição do público vale também para as festas que devem ocorrer no carnaval. No entanto, a decisão final sobre qualquer medida é de prefeitos.

Doria também anunciou a compra de 2 milhões de testes rápidos de Covid-19 que serão distribuídos para 645 municípios, de acordo com pactuação com o Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems). A pasta estadual também encaminhou um ofício ao Ministério da Saúde nesta terça-feira solicitando o envio de mais 2,5 milhões de testes extras para a distribuição às prefeituras.

 

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