Operação da CSN: empresa confirmou IPO do braço de mineração (foto/Divulgação)
Juliana Estigarribia
Publicado em 21 de setembro de 2020 às 11h02.
Última atualização em 21 de setembro de 2020 às 11h47.
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou nesta segunda-feira, 21, por meio de fato relevante, que seu conselho de administração aprovou oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da unidade de mineração.
A decisão vem após anos de especulações e promessas do presidente do grupo, Benjamin Steinbruch, de abrir o capital do braço de minério de ferro da CSN.
Por volta das 11h15, os papéis da CSN eram os únicos com alta (juntamente com a Sul América) na B3, em torno de 0,85%, em um dia ruim para as bolsas no mundo todo.
Segundo fato relevante, o IPO tem como objetivo financiar parte dos negócios e expansão da unidade.
Em 2019, mais de 80% da geração de caixa da CSN (medida pelo Ebitda ajustado) veio das vendas de minério de ferro. A unidade tem sido a tábua de salvação do grupo em meio ao desempenho decepcionante da siderurgia brasileira.
A CSN Mineração é a segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil, atrás apenas da Vale, com produção de aproximadamente 35 milhões de toneladas por ano.
A expectativa é que nos próximos anos esse volume possa subir para 40 milhões, com a ampliação da Mina Casa de Pedra, na cidade de Congonhas, Minas Gerais.
O produto da CSN é considerado de alta qualidade, com teor médio de 62%, referência do mercado global e cuja demanda vem crescendo de forma consistente, puxada pela China.
Os preços do minério de ferro atingiram máxima de quase 130 dólares a tonelada neste mês de setembro, alta de aproximadamente 30% sobre o registrado no início do ano.
Para analistas, a janela de oportunidades para a CSN realizar o IPO da sua unidade de mineração é agora, não só pelos preços em alta, mas pela perspectiva de queda gradual, nos próximos dez anos, do consumo per capita de aço nos países desenvolvidos, o que deve reduzir a demanda por minério de ferro.