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Com o caixa atual, aguentamos dois anos de lojas fechadas, diz Trajano

A Magazine Luiza ultrapassou, pela primeira vez, a marca de R$ 100 bilhões em valor de mercado, em função do bom desempenho do e-commerce

Magazine Luiza: companhia terminou o 1º trimestre com caixa total de R$ 4,6 bilhões (Germano Lüders/Exame)

Magazine Luiza: companhia terminou o 1º trimestre com caixa total de R$ 4,6 bilhões (Germano Lüders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de maio de 2020 às 07h22.

Última atualização em 27 de maio de 2020 às 07h24.

O presidente do Magazine Luiza, Frederico Trajano, disse na terça-feira, 26, em teleconferência com investidores, que o caixa da empresa tem fôlego para suportar dois anos de lojas físicas fechadas. Ainda assim, ele afirma que a empresa trabalhou desde o começo da crise provocada pela pandemia de covid-19 como se não tivesse esse conforto.

"Reforçamos caixa, emitimos debênture e fizemos descontos de recebíveis. Podemos fazer ainda outras ações do tipo, mas a perspectiva com abertura de lojas é mais positiva", afirmou.

O lucro líquido do Magazine Luiza no primeiro trimestre de 2020 ficou em R$ 30,8 milhões, uma queda de 76,7% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Na mesma base de comparação, porém, as vendas totais subiram 34%, alcançando R$ 7,7 bilhões no trimestre.

Mesmo com a maior parte das lojas fechadas por conta da pandemia o Magalu ultrapassou, pela primeira vez, a marca de R$ 100 bilhões em valor de mercado, em função do bom desempenho do e-commerce.

A companhia terminou o primeiro trimestre do ano com posição de caixa total de R$ 4,6 bilhões. Além da adoção das medidas previstas na Medida Provisória 936, que permite a redução de jornada de trabalho e de salários, e a renegociação de aluguéis, a empresa emitiu uma debênture no mês de abril que irá remunerar com taxa do CDI mais 1,5% de juros.

Além disso, o conselho da empresa cancelou a distribuição de dividendos adicionais de R$ 290,914 milhões. A ata da reunião diz que a medida foi tomada para preservação de caixa da companhia em "momento de incertezas". Ficou decidida a distribuição total de R$ 170 milhões, correspondente a 19,35% do lucro líquido apurado no exercício.

Segundo trimestre

Adiantando dados do segundo trimestre deste ano, Trajano disse que o mês de maio deve ter crescimento em relação ao mesmo período de 2019. No balanço, a companhia divulgou o crescimento de 46% em vendas totais até o dia 20 deste mês.

Segundo ele, o empenho de anos da empresa em investir no e-commerce deu frutos neste momento de crise.

Apesar de ter perspectivas positivas para os próximos trimestres com a reabertura das lojas físicas, Trajano diz que não é otimista com a situação da pandemia no País. "O Brasil é um dos únicos países a reabrir o comércio com casos de covid-19 crescendo", disse.

As lojas da companhia que já reabriram representam 40% do parque da empresa. Elas estão em cidades pequenas e a empresa segue um protocolo extenso que avalia, dentre outras coisas, leitos de UTI ocupados e número de casos no local.

O presidente da empresa disse que não estão descartado novos fechamentos em razão da evolução da pandemia no País, como se observou em outros lugares do mundo. Ainda assim, adiantou: "Teremos mais lojas reabertas em junho".

Fatia

Nas contas do Magazine Luiza, a empresa é a única a ganhar market share dentre as varejistas do seu ramo. "É só pegar os números de GMV. Assim, fica claro que não criamos narrativas que não existem", disse Trajano. A base ativa de clientes no e-commerce da empresa cresceu 43% na comparação com o primeiro trimestre de 2019.

Em mais um passo da companhia, o sistema de pagamentos do Magazine Luiza atingiu R$ 500 milhões em volume total de pagamentos (TPV) em abril. "Protocolamos pedido para virar Instituição de Pagamentos", complementou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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