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Com mercado empacado, Paladin prevê crescer até 15% em 2014

Gestora vem optando por lançar empreendimentos menores, com unidades de 40 a 75 metros quadrados, em busca de preços mais competitivos

Casa de brinquedo a venda: preço maior por metro quadrado tende a compensar a potencial queda de receita com a venda de unidades menores (Getty Images)

Casa de brinquedo a venda: preço maior por metro quadrado tende a compensar a potencial queda de receita com a venda de unidades menores (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2013 às 09h26.

Rio de Janeiro - A gestora norte-americana de fundos imobiliários Paladin Realty Partners vai se concentrar em imóveis menores para tentar escapar da desaceleração do setor no país e elevar o número de projetos em até 15 por cento no próximo ano.

Como resposta ao aumento de custos de construção e de terrenos, a gestora vem optando por lançar empreendimentos menores, com unidades de 40 a 75 metros quadrados, em busca de preços mais competitivos.

Assim, o preço maior por metro quadrado tende a compensar a potencial queda de receita com a venda de unidades menores, já que o valor final para o comprador acaba ficando parecido com o de alguns anos atrás, disse à Reuters o diretor-geral da Paladin Realty Partners no Brasil, Ricardo Raoul.

"O fato de selecionar muito bem e trabalhar o produto faz com que você mitigue o risco ao máximo possível", afirmou o executivo, acrescentando que a localização e negociação dos terrenos, além do controle de custos pelas incorporadoras parceiras é importante para a estratégia dar certo.

A estratégia vem num momento em que várias construtoras e incorporadoras brasileiras lutam para desovar o excesso de estoques, voltar a gerar caixa e retomar os lançamentos com mais vigor, enquanto as vendas ainda patinam. O tempo médio de venda total dos empreendimentos em que a Paladin participa, voltado para a classe média, é de seis a nove meses.

Além de variar nos produtos, outra forma de escapar de problemas no setor é a diversificação geográfica. Hoje a Paladin tem 55 projetos em desenvolvimento no país, a maioria em São Paulo, sendo 70 por cento para a classe média e o restante voltados ao programa "Minha Casa, Minha Vida".


Mas até o fim do ano, a empresa deve assinar nova parceria para atuar em Aracaju (SE) e no Recife (PE), e trabalha em uma segunda associação para atuar em Salvador (BA), além novas parceiras no Rio de Janeiro.

O executivo prevê que o mercado como um todo terá crescimento "pífio" no próximo ano em termos de unidades lançadas. "(Será) estável ou com crescimento muito pequeno", disse. "O nosso target (meta) para o ano que vem é bem mais agressivo do que isso", mencionando a meta de dobrar o número de lançamentos em parceria com a You,Inc.

A Paladin tem a América Latina como um de seus principais mercados, com projetos de cerca de 4,5 bilhões de dólares. O portfólio na região inclui, além do Brasil, Colômbia, Peru, México, Chile, Uruguai e Costa Rica, com empreendimentos corporativos, residenciais e hoteleiros.

A gestora opera com parceiros no Brasil, incluindo a You,Inc, a YPS Construções e Incorporações, a Construtora Altana, a Even e a Abramar Construtora e Incorporadora. A Paladin também controla a construtora e incorporadora Viver.

Para mostrar que a aposta no setor é firme, a empresa está levantando seu quarto fundo, de 600 milhões de dólares, dos quais 175 milhões de dólares já foram captados. Praticamente todo o montante será aplicado na América Latina, sendo metade no Brasil, com uma taxa de retorno média de 25 por cento.

Segmento corporativo

Para o segmento corporativo --que visa a construção ou reforma de empreendimentos para venda ou locação-- a Paladin definiu como estratégia trabalhar sozinha no mercado carioca.


Depois de reformar um imóvel no Rio de Janeiro e vender ao fundo Kinea por 120 milhões de reais, a Paladin trabalha em novo projeto, também de reforma, conhecido como retrofit, segmento que representa 20 por cento de sua carteira.

"A gente desenvolve este tipo de projeto de forma bastante selecionada", afirmou, mencionando a alta vacância e estoque do setor, diante de demanda reduzida, especialmente em São Paulo.

Para o executivo, ainda há demanda no Rio de Janeiro, onde os preços de aluguel estão mais interessantes do que em São Paulo. A locação de empreendimentos comparáveis sai por cerca de 180 reais o metro quadrado na capital fluminense, ante 110 reais em São Paulo, segundo ele.

"No Rio não tem redução da taxa de aluguel. As taxas estão se mantendo altas", afirmou.

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