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Com foco nas demandas pós-pandemia, Camino School abre novo prédio de 1.200 m² para o ensino médio

Com salas flexíveis, áreas de descompressão e estúdio, novo prédio reflete a aposta da escola em um ensino médio mais conectado ao presente dos jovens

Camino School inaugura prédio de 1.200 m² dedicado ao ensino médio em 2026 (Reprodução/Guido Otero Arquitetura)

Camino School inaugura prédio de 1.200 m² dedicado ao ensino médio em 2026 (Reprodução/Guido Otero Arquitetura)

Guilherme Santiago
Guilherme Santiago

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Publicado em 24 de novembro de 2025 às 14h55.

Última atualização em 24 de novembro de 2025 às 15h02.

Fundada em 2020, a Camino School nasceu com a missão de formar estudantes autônomos, criativos e conscientes. Agora, a escola localizada na Pompéia, em São Paulo, dá um novo passo: inaugura, em fevereiro de 2026, um prédio de 1.200 m² dedicado exclusivamente ao ensino médio.

O espaço foi desenhado para acolher questões que marcaram a geração que atravessou a pandemia: ansiedade, dificuldade de concentração, dúvidas sobre o futuro e inquietações com o mundo do trabalho. Uma arquitetura pensada para oferecer respiro, encontro, autonomia e experimentação.

Letícia Guimarães Lyle, diretora geral da escola, diz que a expectativa é alta para ver o espaço ocupado. Ela conta que os alunos terão, pela primeira vez, um prédio exclusivo, pensado para o cotidiano deles. “Sei que os meus estudantes vão ficar muito felizes de ter um espaço só deles”, afirma. 

Um novo tempo

A decisão da Camino de erguer um novo prédio surgiu da constatação de que a educação atravessa uma transição profunda. Letícia percebe que os jovens chegam ao ensino médio com a atenção mais fragmentada, mas também com uma forte necessidade de convivência, trocas reais e experiências que façam sentido. Ao mesmo tempo, carregam a ansiedade de construir uma carreira em um mercado cada vez mais incerto e acelerado pela tecnologia.

“Eles chegam ansiosos, precisando muitas vezes de espaços para se autorregularem. E também querendo estar prontos para o mundo do trabalho, porque não têm certeza de quais serão as profissões do futuro”, conta.

Segundo ela, inovar no ensino médio é um movimento difícil em estruturas tradicionais. “Muitas vezes a pedagogia tem ideias fantásticas e elas não conseguem ser elaboradas porque o espaço não colabora”, afirma.

Letícia Lyle vê no novo prédio um avanço na aprendizagem e no bem-estar dos alunos (Arquivo Pessoal)

Um edifício que convida ao uso

Responsável pelo projeto, o arquiteto Guido Otero descreve o novo prédio como um espaço que reconhece a transição entre adolescência e vida adulta. Mas sem infantilizar, nem reproduzir o ambiente corporativo.

“É quase esse momento de transição. Buscamos um mobiliário diferente de uma escola de crianças, mas que ainda não é o mobiliário de uma faculdade”, explica.

Novo espaço da Camino School aposta em arquitetura para reduzir ansiedade e estimular autonomia (Reprodução/Guido Otero Arquitetura)

As salas foram pensadas em três escalas: para 30 estudantes, para grupos reduzidos e para trabalhos em equipes menores. A ideia é permitir contato direto entre professores e alunos e dar flexibilidade às dinâmicas de aprendizagem.

Há também espaços intermediários – varandas largas, áreas de convivência, pequenas expansões –  que funcionam como pontos de encontro e descompressão. “Esses espaços são lugares onde os alunos se encontram e fazem atividades em grupo. Isso está colocado no projeto”, afirma.

O prédio reúne ambientes desenhados a partir das necessidades pedagógicas: sala modelo estúdio, sala de debates, laboratório grande de artes, laboratório de química, laboratório de STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) com marcenaria e áreas adaptáveis ao uso manual e criativo.

Novo prédio da Camino School reúne laboratórios, estúdios e espaços abertos de convivência (Reprodução/Guido Otero Arquitetura)

Otero resume a intenção: criar ambientes que possam ser apropriados pelos estudantes. “A arquitetura tem isso: fazemos uma casca, mas o que vem depois não conseguimos imaginar. Espero ser surpreendido pelos jovens.”

Sustentabilidade

Sustentabilidade é outro eixo central do projeto. O prédio nasce da revitalização de edifícios existentes – decisão que, segundo Guido, reduz de forma significativa o impacto ambiental.

“A gente dá uma nova vida a um edifício não utilizado. Isso tem um impacto grande. É um problema ambiental construir sempre do zero”, afirma.

O projeto prioriza luz natural, ventilação cruzada e uso mínimo de ar-condicionado. Também há reuso de água da chuva para irrigação e limpeza de pisos, estratégia considerada segura para o contexto escolar.

Prédio revitalizado reduz impacto ambiental e traz soluções sustentáveis no dia a dia escolar (Reprodução/Guido Otero Arquitetura)

Expectativas

A obra passa agora pela fase de instalações, com projeto finalizado e ajustes pontuais de mobiliário. A expectativa é que os estudantes ocupem o novo espaço já no início de 2026, na volta às aulas.

Para Letícia, a inauguração representa mais do que crescimento físico. Ela acredita que o prédio permitirá à escola aprofundar pesquisas e publicar achados que contribuam para outras redes. “Esse movimento coloca a Camino à frente na preparação para o futuro do trabalho e da aprendizagem”, afirma.

Guido, por sua vez, fala em expectativa diante do imprevisível. “O que vai acontecer eu realmente não sei. Os espaços acolherem esse imprevisto é o que me interessa. Espero ser surpreendido por eles”, diz.

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