Negócios

Com fim do acordo na Opep, começa uma nova era na indústria do petróleo 

A partir desta quarta-feira, membros da Opep e a Rússia não precisarão mais respeitar o acordo de cortes de produção

PETRÓLEO: barril do tipo Brent é cotado na casa dos 20 a 25 dólares ao longo das últimas semanas / REUTERS/Nick Oxford (REUTERS/Nick Oxford/Reuters)

PETRÓLEO: barril do tipo Brent é cotado na casa dos 20 a 25 dólares ao longo das últimas semanas / REUTERS/Nick Oxford (REUTERS/Nick Oxford/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2020 às 06h29.

Última atualização em 1 de abril de 2020 às 07h13.

A partir desta quarta-feira, 1º de abril, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia poderão produzir o volume de óleo que bem entenderem: o acordo que ficou conhecido como Opep+, que previa controle da produção pelos envolvidos e consequente alinhamento das cotações da commodity, acabou nesta terça-feira, 31.

Com isso, sobram incertezas acerca do futuro das petroleiras ao redor do mundo, afinal, a tendência é de um longo período de preços em baixa.

O impacto de curto prazo virá no balanço das empresas referente ao primeiro trimestre. Com os preços do Brent (referência do mercado) oscilando entre 20 e 25 dólares — queda de mais de 60% desde o início do ano –, o caixa das petroleiras será brutalmente impactado. Analistas já apontam que não é impossível um cenário de barril cotado a 10 dólares.

Nesta quarta-feira, o preço do barril Brent caía 1,27% às 6h30, cotado a 20,22 dólares. Mais cedo, chegou a beirar os 20 dólares.

No caso da Petrobras, o efeito do petróleo barato ocorre em duas pontas. De um lado, a receita com exportações vai cair sensivelmente. Entidades como a Agência Internacional de Energia e a própria Opep já estão prevendo queda da demanda global pela primeira vez em dez anos. Com isso, o faturamento cairá naturalmente pelos volumes menores.

Por outro lado, a Petrobras é uma grande importadora de petróleo para refino. Isso porque as refinarias do país têm condições de processar somente óleos mais “leves”, que vêm de fora e são misturados ao petróleo daqui. Neste sentido, o impacto na companhia seria minimizado, mas não o suficiente para prevenir grandes estragos no caixa.

Segundo especialistas consultados pela EXAME, a Petrobras tem custo de produção competitivo nos campos do pré-sal, o que poderia garantir sobrevivência à companhia por um certo período de tempo.

No entanto, se o cenário de preços baixos persistir, faltará fôlego financeiro à petroleira estatal. O adiamento do pagamento de dividendos anunciado na semana passada já é uma prova disso. Para além do hoje, o mercado pode esperar também a postergação de novos projetos.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusExame HojeIndústria do petróleoPetróleo

Mais de Negócios

Até mês passado, iFood tinha 800 restaurantes vendendo morango do amor. Hoje, são 10 mil

Como vai ser maior arena de shows do Brasil em Porto Alegre; veja imagens

O CEO que passeia com os cachorros, faz seu próprio café e fundou rede de US$ 36 bilhões

Lembra dele? O que aconteceu com o Mirabel, o biscoito clássico dos lanches escolares