Frankfurt - Em sua corrida para superar a Bayerische Motoren Werke AG como a fabricante de carros de luxo que mais vende no mundo, a Audi quer deslumbrar, não cegar.

Em uma sala totalmente escura de um museu próximo a Dusseldorf, em outubro, a unidade da Volkswagen AG colocou uma mulher caminhando de um lado para o outro em frente à luz emitida pelo farol alto de um carro.

Em vez de cegar a mulher, que carregava uma lanterna para simular um ciclista à noite, a luz automaticamente se esquivava de onde quer que ela fosse e, ao mesmo tempo, mantinha a pista iluminada.

A próxima geração de faróis oferece uma mostra visível da tecnologia da marca e é fundamental para ganhar uma vantagem no mercado de carros de luxo.

Inovações como faróis de LED brilhantes e eficientes em energia, faróis altos inteligentes e holofotes infravermelhos que brilham ao avistar ameaças potenciais nas estradas, como veados, também ajudam a BMW, a Audi e a Mercedes-Benz, da Daimler AG, a justificar os preços mais altos que os dos concorrentes do mercado popular.

“As margens dos carros de luxo estão sob pressão à medida que as linhas de montagem são expandidas e os veículos populares melhoram em qualidade”, disse August Joas, chefe de prática automotiva global da consultoria Oliver Wyman, em Munique. “Novas tecnologias de farol são inovações facilmente notadas”.

A mais recente tecnologia de farol da Audi, que é mais avançada que os sistemas concorrentes da BMW e da Mercedes, conecta LEDs controlados por computador a uma câmera para evitar o brilho dos faróis altos sobre até oito veículos.

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LEDs independentes

O sistema, chamado Matrix LED, foi lançado na Alemanha em meados de novembro como uma opção de 2.400 euros (US$ 3.200) no sedã executivo A8, de 74.500 euros. (O recurso ainda não foi aprovado pelos EUA). A BMW cobra 2.500 euros por um pacote de iluminação em LED, incapaz de emitir luzes anticegantes para veículos específicos.

O novo sistema da Audi combina 50 LEDs controlados de forma independente para criar quase 1 bilhão de diferentes variações de luz, ajustando-se para situações de trânsito como direção de cidade e estrada, além da aproximação de carros e bicicletas.

“Nós redefinimos a luz”, disse Stephan Berlitz, chefe de desenvolvimento de luz da Audi, na apresentação de outubro. “O motorista sempre tem a melhor luz possível”.

A Mercedes está buscando manter o ritmo e apresentará uma opção semelhante, batizada de Active Multibeam LED, no ano que vem.

A terceira maior marca de carros de luxo do mundo lançou neste ano o novo Classe S, o primeiro carro a abandonar as antigas lâmpadas e a confiar completamente em LEDs, com destaque também para a tecnologia sob o capô, como seis câmeras e seis radares que apoiam sistemas de segurança.

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Substituindo o Xenon

Os LEDs, ou light-emitting diodes (diodo emissor de luz), substituíram o Xenon, que foi introduzido pela BMW nos anos 1990 como a nova e mais quente tecnologia de iluminação para fabricantes de carros de alto padrão.

Os LEDs foram usados em faróis em 2007 pela Lexus, da Toyota Motor Corp., e seguidas de perto pela Audi, que teve os primeiros faróis totalmente em LED. Desde então, a unidade da VW ultrapassou a Mercedes e se tornou a marca de carros de luxo número 2 do mundo.

A Audi tem luzes planas e angulares pensadas para alcançar precisão. A Mercedes tem luzes para uso diurno que criam uma projeção que varia dependendo do modelo.

Para a BMW, o conjunto de quatro faróis redondos tem sido parte da imagem da marca desde o final dos anos 1980. Os anéis que circulam cada lâmpada, chamados “olhos de anjo”, foram adicionados em 2000, tornando a marca mais vinculada com uma configuração específica de iluminação do que outras.

“Os faróis são os elementos mais importantes no exterior para mostrar a progressão tecnológica de uma marca”, disse o designer da BMW Andreas Knoedler-Bunte. “Meu trabalho é desenhar cuidadosamente a evolução de um ícone”.