O Volksbus 14.190 SCD, modelo da Volkswagen feito no Brasil com destino ao México (Volkswagem Caminhões e Ônibus/Divulgação)
Mariana Desidério
Publicado em 12 de abril de 2018 às 09h00.
Última atualização em 12 de abril de 2018 às 09h00.
São Paulo – A crise econômica no Brasil fez com que muitas indústrias voltassem seus olhos para o mercado externo. Uma delas foi a de caminhões.
A Volkswagen Caminhões e Ônibus, cuja sede fica no Brasil, expandiu suas exportações no último período e hoje as vendas para outros países respondem por quase 40% dos resultados da companhia. Em 2016, a fatia era bem menor: de 15%.
“O primeiro trimestre deste ano foi um dos melhores de nossa história. A indústria cresceu 28% nas exportações e nós crescemos 65%. Só em ônibus, o crescimento foi de 110%”, comemora Roberto Cortes, presidente da MAN Latin America, fabricante dos caminhões e ônibus Volkswagen no Brasil.
Para se ter uma ideia, de um faturamento líquido anual da ordem de 3,5 bilhões de reais, as exportações devem responder por cerca de 1 bilhão de reais este ano.
Dentre os mercados com maior presença de ônibus e caminhões feitos no Brasil pela Volkswagen estão Argentina, México, Chile, Peru e países africanos, como Nigéria e África do Sul.
A estratégia da fabricante para conquistar esses mercados é personalizar os produtos. “No México, por exemplo, lançamos um ônibus específico para a necessidade local. Lá eles estão acostumados com ônibus de motor avançado, então a frente do ônibus é mais nariguda, diferente do que vemos no Brasil”, explica Cortes.
No total, a Volkswagen Caminhões e Ônibus exportou 2.885 produtos no primeiro trimestre de 2018. Em parte desses mercados, a fabricante exporta o chassi do Brasil e faz a montagem no destino final, como é o caso do México, onde a empresa tem uma fábrica própria para montagem.
País | Unidades exportadas |
---|---|
Argentina | 927 |
México | 603 |
Chile | 423 |
Peru | 349 |
Para Cortes, os números são importantes pois mostram que a fábrica já não depende tanto do mercado brasileiro. Outro ponto de destaque é o fato de se tratar de uma exportação mais qualificada. “É o Brasil exportando caminhões, não estamos exportando açúcar”, resume.